Fonte: Olhar Direto
A promotora Maisa Fidelis Gonçalves Pyrâmides, da 2ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Sorriso, se manifestou contra a abertura de incidente de insanidade mental de Lumar Costa da Silva, responsável por matar e arrancar o coração da própria tia, Maria Zélia da Silva Cosmos, no último dia 2 de julho, em Sorriso (420 km de Cuiabá). Ela ainda citou que ele seria autodidata, por aprender a falar inglês apenas com livros e vídeos, e teria recebido uma oferta de emprego fora do país.
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Lumar no último dia 25 de julho, pela morte de Maria Zélia. No documento, a promotora relata que o homem veio de São Paulo para Sorriso à procura de oportunidades de emprego e teria se instalado na casa de sua tia até que se estabilizasse.
Ela cita que, conforme os autos, logo nos primeiros dias de convivência Lumar já causou um desconforto à sua tia. Em uma ocasião, ela o repreendeu por escutar música em volume muito alto, e pediu que ele procurasse outro lugar para morar.
No dia do crime o homem, que já havia se mudado da casa da tia, foi até a casa dela e a matou, a facadas, dentro da residência. Em seguida ele retirou o coração da vítima e fugiu levando também a quantia de R$ 800.
O denunciado então foi até a casa da filha de Maria Zélia, em posse do coração, e o colocou sobre um tanque, dizendo o que tinha feito. Ele ordenou que a mulher lhe entregasse as chaves do carro dela, o que ela fez, e ele fugiu com o veículo.
Lumar ainda teria tentado levar a neta de 7 anos de Maria Zélia, dando ordens à mãe da menina e tentando persuadir a criança dizendo que a levaria para tomar sorvete e lhe comprar coisas. Ele desistiu após intervenção do tio da mãe da criança.
A defesa do denunciado alega que ele demonstra possuir problemas mentais, que ele possui histórico de esquizofrenia na família e que as circunstâncias em que o crime ocorreu (retirada do coração da tia) trazem dúvida sobre a integridade mental de Lumar.
A promotora, no entanto, contestou esta alegação, dizendo que nos autos não há elementos concretos capazes de indicar que Lumar possui problemas mentais. Pelo contrário, seria uma pessoa de muita inteligência e trabalhou por dois anos em uma empresa do ramo de tecnologia, exercendo a função de analista de redes.
“Lumar demonstra ser uma pessoa muito inteligente, autodidata aprendeu o idioma inglês apenas por livros e vídeos de youtube, e segundo o pai chegou até ter proposta para trabalhar fora do país”, citou a promotora.
O delegado responsável pelo caso indiciou Lumar por homicídio qualificado, motivo fútil e emprego de meio cruel, que pode render de 12 a 30 anos de reclusão. Ele também responderá por dano qualificado por ter batido o carro usado na fuga em um transformador de energia, após invadir o terreno da empresa Energisa; além de furto e roubo.
No total, a pena pode chegar a 50 anos de reclusão. Em entrevista após novo depoimento, Lumar confessou o crime e afirmou que a tia merecia morrer.
