Fonte: Olhar Direto
O senhor de 82 anos que faleceu em Cáceres (220km de Cuiabá) na noite da última quarta-feira (8), e que havia sido diagnosticado com o novo coronavírus (COVID-19), chegou na cidade no dia 23 de março, após uma viagem para tratamento de saúde em Taboão da Serra, São Paulo. A advogada da família nega que ele e a esposa – que também está internada com a doença – tenham viajado de ônibus, como declarou o prefeito Francis Maris (PSDB).
A esposa do idoso que faleceu também está internada na clínica médica do Hospital São Luiz. No entanto, segue bem e estável. Na noite de quarta-feira (8), o prefeito da cidade de Cáceres havia afirmado que o casal viajara de ônibus de São Paulo, o que classificou como uma irresponsabilidade. No início da semana, Francis chegou a fazer um vídeo sugerindo a proibição de que idosos viagem de ônibus.
Leia a íntegra da nota:
A Família de A.P, em razão de inúmeras notícias que circulam sobre o falecimento de seu pai, vem a público esclarecer o seguinte:
No madrugada do dia 23/03/2020, os senhores A.P e I.P, desembarcaram no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, após estadia em Taboão da Serra/SP, para realização de um tratamento de saúde. Ao chegarem em Cuiabá, vieram imediatamente para Cáceres, de Uber, e desde o momento em que chegaram na cidade, até darem entrada no Hospital São Luiz, mantiveram-se em isolamento social, sem realizar nenhum tipo de contato com qualquer público externo. No dia 31/03/2020, ao terem sintomas típicos da Sars-COVID-2, entraram em contato com sua filha J.P, que reside em Cáceres, e ela os conduziu ao Hospital São Luiz.
Desde então, a filha do casal também se encontra em isolamento social, e está sendo monitorada pela Secretaria de Saúde do Município.
Infelizmente, nesta noite, o senhor A.P faleceu, em decorrência da COVID-19, no entanto, a senhora I.P segue bem e estável, internada na clínica médica do Hospital São Luiz.
A família reitera a todos que qualquer informação de que seus pais vieram de ônibus para Cáceres, e que teriam contraído o vírus de seu filho A.P.J, que é médico no estado de São Paulo, é inverídica. O momento é de muita dor para toda a família, e o ato de divulgar essas notícias falsas é uma atitude, além de desrespeitosa, sem qualquer empatia com o momento tão crítico que a família vem passando.