Por dívidas de R$ 120 mi, mais uma empresa do agronegócio entra com pedido de RJ

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Foto: Reprodução / Ilustração
CAMARA VG

Fonte: Olhar Juridico

O Grupo DGF Agropecuária entrou com pedido de recuperação judicial por dívidas de R$ 120.899.557,23 afirmando que não conseguiu se recuperar dos impactos econômicos da seca de 2016 e da crise de 2014. Nos últimos meses várias empresas do mesmo ramo entraram com pedidos de recuperação judicial, também por dívidas milionárias.

O Grupo DGF Agropecuária, composto pelas empresas DFG Agropecuária Ltda., DGF Fazendas Ltda. e DGF Participações Ltda., atua na produção de algodão, milho, soja e criação de gado em áreas do interior do Estado de Mato Grosso, como nos municípios de Sorriso, Gaúcha do Norte e Porto dos Gaúchos.

No pedido o Grupo DGF, que pertence a Darcy Getúlio Ferrarin e Darci Getúlio Ferrarin Filho, relata que iniciou suas atividades empresariais no ano de 1998. Na época foi adquirida a Fazenda Santa Maria da Amazônia com 13.330 hectares, localizada no município de Sorriso, que inicialmente era de pecuária e foi transformada em lavoura. Ao longo dos anos o Grupo expandiu suas áreas.

As dificuldades começaram no ano de 2016, quando ocorreu uma grave seca no Estado, o que deu início a uma série de problemas que culminaram nas dificuldades financeiras do Gruppo. Além disso, os reflexos da crise de 2014 (da qual o país ainda não se recuperou), gerou uma sensível variação cambial, que acabou afetando o Grupo DGF.

“Em virtude dos prejuízos experimentados, o faturamento foi mais baixo, havendo a necessidade de ser necessária maior exposição a crédito de terceiros para fomentar a atividade, uma vez que o caixa não conseguiu suprir a totalidade das necessidades operacionais”, justificou.

Os produtos cultivados e comercializados pelos requerentes também tiveram substancial baixa de preço neste período, o que agravou mais ainda a crise. Com base nisso o Grupo DGF afirma cumprir os requisitos e pede recuperação judicial, por dívidas de R$ 120.899.557,23.

Crise no setor

Desde o início de 2020 várias empresas deste ramo entraram com pedidos de recuperação judicial. O ex-governador Blairo Maggi, em entrevista ao Canal Rural, criticou esta tendência afirmando que “está conturbando o ambiente do crédito rural”.

Este ano o Grupo Gebert, com quase quatro décadas de atuação no ramo da agricultura em Mato Grosso, entrou com pedido de Recuperação Judicial com passivo de mais de R$ 99 milhões.

Já o Grupo Dal Molin, que produz algodão, teve o processamento de sua RJ deferida pela Justiça de Mato Grosso também este ano, por dívidas de cerca de R$ 136 milhões.

Também em 2020 o Grupo Pereira, do ramo do agronegócio, com sede na cidade Primavera do Leste, entrou com pedido de recuperação judicial com um passivo de quase R$ 30 milhões.

Recentemente a empresa Indiana Agri Comércio e Exportações de Cereais, também de Primavera do Leste, entrou com pedido de recuperação judicial por dívidas de cerca de R$ 223 milhões. O pedido, no entanto, foi negado pela juíza Patrícia Cristiane de Moreira, da 2ª Vara Cível da Comarca.

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