Infectologista de Cuiabá afirma que pandemia está no pior momento e cenário deve se agravar

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O Brasil bateu na última semana recordes consecutivos de mortes em decorrência do novo coronavírus (Covid-19). Em Mato Grosso, a taxa de ocupação de UTIs ultrapassou a marca dos 96%. Para Tiago Rodrigues Viana, infectologista, professor e sub-investigador dos estudos da Coronavac, realizado pelo Instituto Butantan, em Cuiabá, este é o pior momento da pandemia no país, e o cenário dos próximos dias será ainda mais grave.

“Baseado nas últimas semanas, o cenário para os próximos dias é ruim. As internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) aumentaram muito. Já há estados sem vagas de UTI. Já há muitas UTIs em nosso estado sem vagas ou trabalhando sempre no limite. Essa condição, no meio de uma pandemia, é muito temerosa”, avalia.

De acordo com os dados do painel de monitoramento da Covid-19 em Mato Grosso, consultados na tarde desta sexta-feira (5) pelo Olhar Direto, a taxa de ocupação de leitos de UTI no estado está em 96,45%, número que anuncia um cenário de emergência para os próximos dias. Dos 21 hospitais disponíveis com leitos para combate a Covid-19 no estado, 10 estão em colapso, 8 com taxa de ocupação acima de 80% e outros 3 com taxa entre 70% e 80%.

Segundo  o infectologista, a alta transmissão da Covid-19 é um dos principais fatores responsáveis pelo agravamento da pandemia no país, e, por isso, medidas que restringem a circulação do vírus devem ser vistas como antídoto para o surgimento de consequências maiores.

“Por tratar-se de um vírus novo, todos somos susceptíveis a ele. O segundo motivo é baseado na transmissão. Como ela ocorre por via aérea, o convívio social comum e principalmente as aglomerações, propiciam a transmissão. Essa é uma das maiores problemáticas do vírus, além do seu potencial letal, ele ataca o estilo de vida que toda a sociedade se moldou a ter. Isso exige mudanças profundas nos hábitos, o que acaba levando a uma série de consequências, desde as mortes, desordens psicológicas e crise econômica. Destas, somente as mortes são irreversíveis, por isso mesmo as medidas para evitá-las devem ser priorizadas em detrimento das demais consequências”.

Fonte: Olhar Direto – Michael Esquer

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