Trechos da decisão que autorizou a Operação Apito Final mostram as conversas entre a esteticista Cristiane Patrícia Rosa Lins, 36 anos, e uma funcionária de uma construtora para a aquisição de um apartamento no Edifício Arhur, no bairro Duque de Caxias II, região nobre de Cuiabá. A investigado teria repassado R$ 450 mil, o que, de acordo com a Polícia Civil, é fruto do esquema criminoso de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho (CVMT)
De acordo com o Olhar Direto, Cristiane adquiriu o apartamento com a ajuda de Mayara Bruno Soares, outra envolvida na operação.
Mayara havia-me dito que você teria o dinheiro hoje. “Está disponível em sua residência agora ou é possível pegar?”, questiona a esteticista. A profissional respondeu positivamente. Estou aqui (sic) “Você pode vir”, respondeu. Esse “aqui” está no Edifício Arhur.
Cristiane afirma, então, que um “menino” irá entregar o dinheiro. A equipe investigativa identificou o indivíduo Alex Júnior Santos de Alencar, conhecido como “Soldado”. Ele é um dos líderes da organização criminosa, além de ser o centroavante do time de futebol amador “Amigos WT”, uma organização criada para lavar dinheiro para a facção criminosa.
“Qual é o nome dele?”, pergunta a profissional. Em seguida, Cristiane fala: Alex. Poucos minutos depois, a funcionária da construtora explicou: “Olá, Patrícia. Ele está de saída”. 350, está tudo certo. Outros R$ 100 mil foram transferidos por meio de uma conta bancária.
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Esse “350”, conforme as investigações, foi o valor de R$ 350 mil repassados em espécie pelo apartamento.
Os policiais informaram que Soldado é um dos responsáveis pela administração do “Supermercado Alice”, instituído com o único objetivo de lavar dinheiro para o grupo criminoso. Ele auxilia o grupo criminoso com a entrega de valores em espécie, na compra de imóveis, objetivando a ocultação do patrimônio.
“Cite-se como exemplo, a compra do apartamento por Cristiane, cuja quantia de R$ 350.000,00 em espécie foi entregue por Alex à proprietária do imóvel e outros R$ 100.000,00 foram transferidos a partir da conta bancária de titularidade do alvo”, diz trecho da decisão.
