No vasto estado de Mato Grosso, onde o horizonte se estende como um lençol de esperança, o Sistema Único de Saúde (SUS) traça sua trajetória única. É uma trama de vozes, de histórias entrelaçadas, e, como observador privilegiado, vou narrar esta crônica.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma rede de proteção social que tece os dias dos mato-grossenses. Ele não é apenas um acrônimo; é um grito de solidariedade que percorre as estradas poeirentas do Pantanal e os rios sinuosos do Cerrado e da Amazônia. Nas Unidades Básicas de Saúde, nas quais as paredes desbotadas abrigam equipes de saúde da família, o SUS se torna uma realidade.
São médicos, enfermeiros e agentes comunitários que, com sorrisos cansados, acolhem os visitantes, sem distinção de cor, peso ou beleza.
As Vigilâncias em Saúde são agentes de segurança e vigilância. A Sanitária, com seu olhar crítico, observa os ambientes mais sombrios e assegura que a higiene e a segurança sejam aliadas da saúde.
A Epidemiologia, como um detetive, monitora os passos dos vírus e bactérias, revelando mistérios que ameaçam a saúde pública. A Ambiental, com seus olhos verdes de esperança, cuida dos rios e das florestas, lembrando que somos parte da natureza.
Contudo, há sombras na paisagem. Doenças endêmicas, como a Hanseníase, estão escondidas nos mais remotos lugares. Os rostos afetados pela doença narram histórias de isolamento e preconceito. O SUS, com suas mãos estendidas, procura curar não apenas os corpos, mas também as almas feridas.
O SAMU, cujo número 192, é ouvido como um chamado urgente. As ambulâncias passam a noite, piscando como estrelas apressadas. O SUS surge como um anjo de jaleco branco, tecendo vidas em meio ao caos.
O processo civilizatório do Estado ainda apresenta dificuldades. Os códigos de saúde são como mapas antigos, com rotas desgastadas e margens borradas. É necessário avançar, explorar novas perspectivas. A saúde não é um privilégio; é um direito que deve ser mencionado com letras garrafais nas páginas da história.
Em meio ao sol escaldante e às chuvas intensas, o SUS em Mato Grosso segue sua jornada. Ele representa o coração vibrante, a sinfonia de vozes que se entrelaçam. Como cronista, acompanho e registro os momentos em que o SUS se torna mais do que um sistema: ele se transforma em esperança, vida e resistência.
Que o vento do cerrado leve esta crônica aos céus do mundo, para que todos saibam que, no Mato Grosso, o SUS é mais do que uma sigla. É a promessa de cuidado, a certeza de que, mesmo nas trilhas mais difíceis, existem mãos que estão dispostas a curar e acolher.
Esta crônica é dedicada aos heróis anônimos do SUS, que enfrentam os desafios diários com bravura e compaixão.
Luiz Fernando Rogério é um Gestor de Sistemas, Hospitals e Serviços de Saúde.