Júlio Braz sustenta que o crescimento desordenado por meio de invasões prejudica o setor imobiliário da capital

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Foto: Reprodução/PodOlhar
ALMT TRANSPARENCIA

Crescimento desordenado em Cuiabá prejudica setor imobiliário e agrava problemas urbanos, alerta diretor da Ginco

O diretor-presidente da Ginco Urbanismo, Júlio Braz, fez um alerta sobre os impactos negativos do crescimento desordenado em Cuiabá, causado por invasões de terrenos. Durante entrevista ao PodOlhar, Braz destacou que a falta de regularização fundiária em quase 200 bairros da capital tem gerado sérios prejuízos para o setor imobiliário e para a sociedade, dificultando o acesso dos moradores a financiamentos e agravando problemas urbanos.

ASSISTA À ÍNTEGRA DO PODOLHAR COM JÚLIO BRAZ, DIRETOR-PRESIDENTE DA GINCO URBANISMO:

Braz explicou que a ausência de documentos formais para as propriedades nas áreas invadidas impede que os moradores realizem investimentos em melhorias. “Esses bairros acabam não tendo endereço formal. As pessoas não conseguem tirar um financiamento porque não têm documentos que comprovem a posse de suas propriedades”, afirmou. Ele ainda destacou que essa situação afeta até áreas bem localizadas na cidade, transformando-as em regiões problemáticas e de difícil solução, descritas por ele como “um grande câncer”.

O impacto no mercado imobiliário é expressivo, segundo Braz. As invasões desestimulam investidores e proprietários a manterem suas propriedades em áreas afetadas, além de obrigar empresas do setor a aumentarem os gastos com segurança. “O mercado imobiliário se torna péssimo nesse contexto. Desestimula o empreendedor sério e o proprietário a investir e manter suas propriedades”, declarou.

Apesar de reconhecer os problemas sociais que levam às invasões, Braz defende que a solução está na facilitação dos processos burocráticos e no incentivo à formalização dos imóveis, possibilitando que mais pessoas adquiram suas propriedades de forma legal e digna. Ele também sugere que o Estado desenvolva programas específicos para auxiliar aqueles que não têm condições financeiras de comprar um imóvel.

O diretor-presidente também criticou a “indústria das invasões”, que, segundo ele, lucra explorando a boa-fé das pessoas e as dificuldades sociais. Ele mencionou que, em alguns locais invadidos, direitos de posse são comercializados por até R$ 30 mil, perpetuando a ilegalidade e dificultando a atuação do poder público nessas áreas.

Júlio Braz concluiu enfatizando que enfrentar o problema das invasões é crucial para o desenvolvimento de Cuiabá, mas alertou que essa prática não deve ser vista como uma solução. “A invasão nunca é uma solução. Ela é um efeito de diversos outros problemas”, finalizou.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto