Ex-esposa de líder de esquema de sonegação milionária é absolvida por falta de provas
Keila Catarina de Paula, ex-esposa de Wagner Florêncio Pimentel, apontado como o líder de um esquema de sonegação fiscal desmantelado pela Operação Crédito Podre, foi absolvida do crime de lavagem de dinheiro nesta terça-feira (15). A decisão foi proferida pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, que concluiu que não havia provas suficientes para condená-la.
A Operação Crédito Podre, deflagrada em 2017, revelou um esquema de sonegação de mais de R$ 140 milhões, envolvendo mais de 30 empresas de fachada. Wagner Pimentel, possível líder da organização, foi assassinado em 2019, em um crime que pode estar relacionado à queima de arquivo, após ele ter demonstrado intenção de delatar o esquema à Justiça.
Falta de provas
Segundo a decisão judicial, o Ministério Público não apresentou documentos que comprovassem o envolvimento direto de Keila Catarina no esquema. O magistrado destacou que “não há qualquer menção a atos fraudulentos realizados pela denunciada”, justificando sua absolvição. Keila havia sido presa anteriormente e colocada em prisão domiciliar, mas com a ausência de provas concretas, foi declarada inocente.
Acusações contra Keila Catarina
O Ministério Público havia acusado Keila de auxiliar o marido na gestão financeira do esquema de sonegação. Ela foi presa em fevereiro de 2017, no Shopping Popular de Cuiabá, onde mantinha uma banca. No entanto, as evidências apresentadas não sustentaram a acusação, resultando na sua absolvição.
O esquema
A Operação Crédito Podre, coordenada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil em parceria com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), revelou que entre 2012 e 2017, mais de 1 bilhão de toneladas de grãos saíram do Mato Grosso sem o recolhimento do ICMS, causando um prejuízo de R$ 143 milhões aos cofres públicos. O esquema envolveu empresas de fachada e fantasmas, criadas com o único propósito de sonegar impostos.
Assassinato de Wagner Florêncio Pimentel
Wagner Pimentel foi morto a tiros em fevereiro de 2019, no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá. Ele havia declarado à Justiça sua intenção de delatar o esquema de sonegação, o que pode ter motivado seu assassinato, considerado uma queima de arquivo. Pimentel era o principal suspeito de liderar a organização desbaratada pela Operação Crédito Podre.