Pais de cantora trans morta em Sinop clamam por justiça: “Perdemos um amor de pessoa”
A dor e a indignação marcaram o velório de Santrosa, cantora trans e suplente de vereadora, na segunda-feira (11), após seu corpo ter sido encontrado decapitado e com mãos e pés amarrados em Sinop, a 503 km de Cuiabá. Os pais, Cristóvão da Rosa e Nilda Salete dos Santos, expressaram seu luto e clamaram por justiça.
“Um amor de pessoa! Nós a perdemos e não sabemos o motivo”, disse o pai, Cristóvão, em entrevista à TV Centro América. A mãe, Nilda, acrescentou: “Agora só espero justiça. Que a justiça seja feita e que os culpados paguem pelo que fizeram”.
Amigos de Santrosa revelaram que ela estava assustada com a situação da região após se envolver na política. Ativista LGBTQIAPN+, suplente de vereadora pelo PSDB e cantora, Santrosa era conhecida por seu trabalho artístico e por seu ativismo. “Ela era um símbolo da nossa comunidade, que sempre lutou por tudo e por todos”, declarou Jean de Souza Ortiz, amigo da vítima.
Linha de Investigação
A Polícia Civil descartou a motivação de transfobia para o assassinato e indicou que a principal linha de investigação aponta para uma retaliação por parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Segundo o delegado Braulio Junqueira, a facção suspeitava que Santrosa estaria repassando informações e comercializando drogas sintéticas sem autorização. “Foi essa a motivação. Não tem outra. Já está provado que foi essa a motivação”, afirmou o delegado ao portal Olhar Direto. Até a tarde de segunda-feira (11), nenhum suspeito havia sido preso.
Relembre o Caso
O crime chocante ocorreu com extrema brutalidade: Santrosa foi decapitada e seu corpo foi descartado em uma área de mata, onde foi localizado no último domingo (10) por investigadores da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Santrosa, que recebeu 121 votos nas eleições municipais de Sinop, havia se tornado suplente de vereadora. Com projetos voltados para a cultura e com influência na internet, ela vislumbrava um futuro promissor na política e na música.