Ex-catadores do Lixão cobram seus direitos e relatam a falta de pagamento do programa renda solidária

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Ex-catadores do antigo lixão de Cuiabá cobram pagamento em dia da Renda Solidária III na Câmara Municipal

Na Sessão Ordinária desta quinta-feira (21), ex-catadores do antigo Lixão de Cuiabá compareceram à Câmara Municipal para cobrar que a Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb) e o Poder Executivo regularizem o pagamento da Renda Solidária III. Além de frequentes atrasos na indenização, compromissos assumidos, como a qualificação profissional e a criação de uma cooperativa, permanecem pendentes. A reportagem tentou contato com a Limpurb, mas ainda não obteve retorno.

Indenização pelos serviços prestados

De acordo com a vereadora Maysa, que acompanha a situação de perto, a Renda Solidária III foi instituída após o fechamento do aterro sanitário de Cuiabá, em cumprimento ao Marco Legal do Saneamento, que obriga todas as cidades brasileiras a desativarem seus lixões. “É uma indenização, não é esmola, não é caridade. É pelos serviços ambientais prestados durante os 40 anos que eles trabalharam lá”, destacou.

No entanto, segundo a parlamentar, um ano e meio após a criação do programa, os beneficiários ainda não foram reinseridos no mercado de trabalho. Ao todo, 280 famílias são cadastradas e dependem do benefício, que está prestes a acabar, aumentando a vulnerabilidade desse grupo.

Relatos de indignação e dificuldades

Durante a sessão, a ex-catadora Lucimara Abadia expressou sua revolta com os atrasos e a falta de perspectiva. “Nós precisamos desse dinheiro para sustentar nossa família porque temos filhos pequenos. Quando a vereadora briga por nós, ela não está mentindo. Só queremos o que é nosso, o nosso pagamento com dignidade”, afirmou.

Joice da Silva, também ex-catadora, relatou o sentimento de humilhação diante da situação. “A gente se sente humilhada, abandonada. Todo mês enfrentamos isso. As contas não esperam, a fome não espera, as crianças que precisam comer não esperam”, desabafou.

Compromisso com a categoria

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a vereadora Maysa reforçou seu compromisso com a causa dos ex-catadores, que acompanha desde antes da aprovação do projeto. Ela prometeu continuar lutando pela regularização dos pagamentos, pela execução das qualificações profissionais e pela criação da cooperativa para reinserção dessas famílias no mercado de trabalho.

A situação permanece sem resposta oficial da Limpurb ou do Executivo Municipal, aumentando a pressão para que medidas sejam tomadas.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto