A Justiça rejeitou o pedido de indenização de R$ 327 mil de garimpeiro contra médico que auxiliou a mãe em duplo homicídio

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Juiz nega indenização a garimpeiro vítima de tentativa de chacina em Peixoto de Azevedo

O juiz João Zibordi Lara, da Comarca de Peixoto de Azevedo, negou o pedido de indenização feito pelo garimpeiro Enerci Afonso Lavall contra o médico Bruno Gemilaki, acusado de participar de um duplo homicídio ocorrido em abril deste ano. Lavall, conhecido como “Polaco”, também foi atingido no ataque, mas sobreviveu. Na ocasião, os idosos Pilso Pereira da Cruz, de 69 anos, e Rui Luiz Bogo, de 81, foram mortos a tiros. O padre José Roberto Domingos também foi alvejado, mas escapou sem ferimentos graves.

O crime aconteceu na casa que Lavall havia alugado para Inês Gemilaki, mãe do médico, localizada no bairro Alvorada. Lavall buscava reparação financeira por danos materiais avaliados em R$ 27,9 mil, além de R$ 300 mil por danos morais devido ao trauma causado à sua família. Ele ainda solicitou liminar para bloqueio de bens de Bruno e Inês, alegando risco de dilapidação patrimonial.

Decisão judicial

O magistrado, no entanto, concluiu que não havia provas suficientes, nesta fase inicial, para comprovar os danos alegados ou o nexo causal entre as ações dos réus e os prejuízos sofridos por Lavall. Sobre a possível dilapidação de bens, o juiz apontou que não foram apresentados indícios concretos, como vendas irregulares ou transferências suspeitas.

“A mera alegação de que os réus podem vir a esvaziar seu patrimônio não é suficiente para justificar medidas tão gravosas como o bloqueio de bens”, afirmou Zibordi Lara na decisão.

O juiz também ressaltou que a gravidade dos fatos narrados ainda requer ampla instrução probatória, necessária para avaliar a responsabilidade civil e o nexo causal entre os atos e os prejuízos apontados. Com isso, o pedido de urgência foi negado, e as partes terão 15 dias para se manifestar sobre a decisão.

Contexto dos homicídios

No dia 21 de abril, Inês Gemilaki e seu filho Bruno invadiram a residência de Lavall, acompanhados de Éder Gonçalves Rodrigues, que auxiliou na fuga. Imagens de câmeras de segurança mostraram Bruno portando uma espingarda calibre 12 enquanto dava suporte à mãe, que disparou contra Pilso e Rui.

A motivação dos crimes estaria ligada a conflitos envolvendo a cobrança de aluguéis. Lavall, que havia alugado o imóvel para Inês, continuava exigindo pagamentos mesmo após a Justiça ter decidido a favor dela em um processo cível. A situação agravou-se com denúncias de ameaças feitas por Lavall e supostos capangas contra Inês e Bruno.

Dinâmica do crime

Relatos indicam que, um dia antes do ataque, Inês procurou a delegacia local para denunciar as ameaças, mas foi informada de que providências só poderiam ser tomadas no próximo dia útil. Desesperada, ela decidiu confrontar Lavall, resultando na tragédia registrada pelas câmeras de segurança.

Os assassinatos ocorreram enquanto as vítimas almoçavam na casa de Lavall. Após o crime, Inês e Bruno fugiram, mas foram posteriormente identificados e denunciados. O caso segue em investigação, com desdobramentos no âmbito criminal e cível.

A decisão do juiz Zibordi Lara representa um impasse para Lavall, que buscava reparação imediata. O caso, entretanto, ainda pode evoluir conforme novas provas sejam apresentadas nos autos.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto