A Operação Gambino cumpre 27 mandados contra um grupo criminoso que furtou cargas agrícolas no sul de Mato Grosso

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

Polícia Civil deflagra Operação Gambino contra furto de cargas agrícolas em Rondonópolis

A Polícia Civil de Rondonópolis, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), deflagrou na manhã desta segunda-feira (09) a Operação Gambino, voltada ao combate de um grupo criminoso envolvido no furto de cargas agrícolas na região sul de Mato Grosso. Foram expedidos 16 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, além de 11 ordens de bloqueio de contas bancárias dos investigados.

Entre os alvos da operação está A.N.P., de 34 anos, apontado como um dos maiores receptadores de cargas agrícolas da região. Ele já havia sido investigado pela mesma unidade policial na Operação Grãos de Areia, realizada em 2022, que desarticulou uma organização criminosa especializada em furto, estelionato e fraudes no transporte de cargas de soja e derivados no terminal ferroviário de Rondonópolis, responsável pelo escoamento de grande parte da produção agrícola estadual.

As ordens judiciais foram autorizadas pela 2ª Vara Criminal de Rondonópolis.


Esquema envolvia 214 mil quilos de milho

A investigação atual começou após o furto de 214 mil quilos de milho em novembro de 2022, provenientes de uma fazenda da região. O esquema contou com a participação de um classificador de uma empresa de grãos, que falsificou ordens de serviço para que caminhões do grupo criminoso pudessem acessar a fazenda e carregar o milho.

Os grãos furtados eram originalmente destinados a um grande conglomerado do agronegócio. Durante a negociação, os motoristas apresentavam documentos falsificados contendo informações de veículos, empresas transportadoras e motoristas habilitados para o transporte.


Família envolvida no crime

A investigação revelou que o esquema criminoso é formado por membros de uma mesma família. Além de A.N.P., seu pai, irmão e esposa estão entre os envolvidos, segundo a Derf. Mesmo após ser alvo da Operação Grãos de Areia, o principal investigado continuou a atuar no furto e receptação de cargas agrícolas, expandindo suas atividades para incluir lavagem de dinheiro por meio de empresas transportadoras registradas em nome de familiares.

Em setembro de 2022, o grupo utilizou caminhões de empresas vinculadas aos investigados para furtar duas cargas em uma fazenda no município de Guiratinga, também utilizando documentos falsificados. Três dos veículos utilizados no crime estão registrados em nome de empresas pertencentes a A.N.P., seu pai e sua esposa.


Histórico criminal

Com 19 registros policiais, A.N.P. é descrito como reincidente em esquemas de furto e adulteração de cargas agrícolas. “Mesmo após ser alvo de uma operação em 2022, que desvendou um grande esquema de desvio, ele seguiu atuando, agora com a participação de familiares. As práticas incluem furto de soja, milho e fertilizantes, além de lavagem de dinheiro”, afirmou o delegado Santiago Sanches, responsável pela operação.


Nome da operação

A Operação Gambino faz referência à famosa família da máfia de Nova Iorque, conhecida por seu envolvimento em crimes organizados desde o início do século 20. Segundo a Polícia Civil, a escolha do nome reflete a estrutura hierárquica e a abrangência do grupo criminoso investigado.

 

 

Da redação com informações do PJC-MT