O delegado faz um aviso sobre a necessidade de precaução, mas aconselha os cidadãos a não se deixarem levar pelo medo em relação a “sinais de facções” em fotos

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Foto: Reprodução / Ilustrativa
ALMT

Delegado alerta sobre interpretação de gestos em fotos e risco de associações com facções criminosas

Mato Grosso tem enfrentado uma onda de preocupação após casos recentes de assassinatos que teriam relação com interpretações equivocadas de gestos em fotografias publicadas nas redes sociais. Em resposta, o delegado Edson Pick, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), fez um alerta à população para que adote cautela ao compartilhar imagens, mas não viva amedrontada.

A discussão ganhou destaque após a morte de Laysa Moraes Ferreira, conhecida como “La Brysa”. Ela teria sido assassinada após publicar imagens em que fazia gestos associados a facções criminosas. Uma das hipóteses investigadas pela DHPP é que o número 3, exibido por Laysa em fotos, foi interpretado como uma referência a uma organização criminosa.

Em entrevista ao Olhar Direto, o delegado Edson Pick reforçou que nem todos os gestos possuem conotação criminosa, destacando a importância de analisar o contexto em que as imagens foram feitas e interpretadas.

Uma festa de aniversário, onde várias crianças fazem o número 2, o número 3 ou outros gestos, não tem ligação com tráfico de drogas ou facções criminosas. São crianças inocentes, sem noção do que estão fazendo. Como posso pedir a elas que não façam mais isso? É inviável”, afirmou o delegado.

Pick ressaltou que gestos simples podem ter diferentes significados dependendo do contexto. Ele citou, por exemplo, a linguagem de sinais (Libras), onde determinados números ou movimentos têm interpretações totalmente legítimas e alheias ao crime.

No entanto, quando uma foto é tirada em uma área vulnerável ao crime organizado e alguém aparece fazendo gestos associados, como o número 2 ou 3, acompanhados de elementos como cigarros — que podem ou não ser ilícitos —, a interpretação muda. Tudo depende do contexto e de quem está analisando essa imagem”, explicou.

Apesar das orientações, o delegado frisou que a população não deve se deixar dominar pelo medo. “Não podemos viver amedrontados. Mas é preciso ter prudência e consciência sobre o que se publica nas redes sociais, especialmente em regiões mais suscetíveis à influência de organizações criminosas.

Pick concluiu reforçando que as investigações sobre o caso de La Brysa continuam, assim como em outros episódios semelhantes. Ele alertou que não há uma relação automática entre gestos em fotos e vínculos com facções, mas pediu bom senso e cuidado ao compartilhar imagens que possam gerar interpretações equivocadas.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto