
Senador admite reflexo da política antivacina de Bolsonaro e critica governo Lula
O senador Wellington Fagundes (PL) reconheceu que a política antivacina adotada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) impactou negativamente os índices de imunização no país. Durante a pandemia, Bolsonaro incentivou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19 e fez ataques recorrentes às vacinas.
A declaração foi dada durante entrevista ao programa Tribuna, da TV Vila Real, na última semana, enquanto o senador comentava sobre seu diagnóstico positivo para dengue. Apesar de admitir a influência negativa do ex-presidente na baixa adesão à vacinação, Fagundes também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por, segundo ele, não promover um estímulo efetivo à vacinação no país.
“O presidente Bolsonaro se manifestou à época da pandemia contra a vacina. Mas o governo, o Estado, comprou vacinas”, afirmou Fagundes. Questionado sobre a influência das falas de Bolsonaro na baixa procura pelos imunizantes, o senador confirmou: “Tem sim alguma influência. Mas o governo atual tem que ter política de Estado, e essa política tem que transcender governos”.
O parlamentar ainda responsabilizou Lula pelos baixos índices de vacinação. “Se o presidente Lula tivesse feito um trabalho de estimular as pessoas a se vacinarem, com certeza o índice de vacinação estaria muito maior. Mas, em vez disso, ele fica procurando culpados. O passado já foi, vamos falar de agora. Eu pertencia ao governo Bolsonaro, mas sempre defendi a vacina”, declarou.
Brasil melhora colocação em ranking de vacinação infantil
Apesar da baixa adesão da população às campanhas de vacinação, um estudo global divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (15) mostrou avanços. Segundo a pesquisa, o Brasil deixou o ranking das 20 nações com mais crianças não vacinadas.
O levantamento apontou que o número de crianças sem nenhuma dose da vacina DTP1 caiu de 710 mil em 2021 para 103 mil em 2023. No caso da DTP3, a queda foi de 846 mil para 257 mil no mesmo período. A vacina DTP é conhecida como pentavalente e protege contra difteria, tétano e coqueluche.