Presidente da OAB-MT repudia fala de Elizeu sobre Caso Emelly: “advogado defende o direito assegurado a todo cidadão”

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, manifestou repúdio às declarações do deputado estadual Elizeu Nascimento (PL) sobre a atuação da advocacia no Caso Emelly. O parlamentar usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na quarta-feira (19), para criticar advogados que atuam na defesa de Nataly Helen Pereira, acusada de assassinar a adolescente Emelly, de 16 anos, grávida de nove meses.

Na ocasião, Elizeu afirmou que “chega a ser vergonhoso ter advogado à disposição de uma covarde monstruosa como essa” e que “um advogado que pega uma causa dessas não tem amor próprio, nem pela sua família e filhos”.

Em resposta, Gisela Cardoso enfatizou que a advocacia é indispensável à administração da Justiça, conforme previsto na Constituição Federal, garantindo a todos o direito à ampla defesa. “Advogado, defensor público, não defende crime, não defende criminoso, defende o direito assegurado a todo cidadão”, destacou a presidente da OAB-MT.

O Crime

Nataly Helen Pereira confessou ter assassinado Emelly na quarta-feira (12), no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. O crime foi cometido com o objetivo de retirar o bebê da adolescente, uma vez que Nataly não podia mais ter filhos. Segundo a investigação, ela atraiu Emelly para sua casa sob o pretexto de doar roupas para gestantes, a estrangulou e cortou sua barriga com uma navalha para retirar o bebê.

Após o crime, Nataly enterrou o corpo da vítima em uma cova rasa e levou a recém-nascida ao Hospital Santa Helena, alegando ter dado à luz em casa. A equipe médica desconfiou da versão e acionou a polícia, que prendeu a mulher em flagrante.

O crime teria sido planejado durante três meses. Em setembro de 2023, Nataly sofreu um aborto espontâneo, mas escondeu o fato da família e do namorado, Christian Albino Cebalho de Arruda, de 28 anos. Durante esse período, continuou fingindo estar grávida, realizando até um chá revelação.

A Justiça converteu a prisão em flagrante de Nataly em preventiva. Seu advogado, Ícaro Vione, informou que pedirá um exame de sanidade mental. O psiquiatra forense Guido Palomba, especialista em criminologia, classificou Nataly como uma “psicopata irrecuperável”.

A polícia investiga a possível participação de outras pessoas no crime. O cunhado de Nataly, Alédson Oliveira da Silva, chegou a ser detido por ter lavado a cena do crime, mas foi liberado. O irmão da suspeita, Cícero Martins Pereira Júnior, ajudou a localizar o corpo da adolescente. A recém-nascida está sob os cuidados do Conselho Tutelar e em observação médica.

FONTE – RESUMO