O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Fernando Tinoco, afirmou que a prisão de quatro policiais militares na operação “Office Crimes: A Outra Face”, deflagrada pela Polícia Civil, não afeta a imagem da instituição. A operação investiga o assassinato do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em julho de 2024, em Cuiabá.
Durante coletiva de imprensa, Tinoco foi cauteloso em relação aos detalhes do caso, mas destacou que desvios de conduta podem acontecer em qualquer instituição, não sendo um reflexo da totalidade da Polícia Militar. “Não só na PM, mas em qualquer outra instituição, pode, sim, ocorrer algum desvio de conduta. No entanto, isso não representa o que a Polícia Militar é”, declarou na manhã desta segunda-feira (24).
O coronel ainda afirmou que aguardará o avanço das investigações antes de se posicionar sobre a responsabilidade dos policiais envolvidos. “Até que se prove que realmente há responsabilidade sobre os atos, preferimos manter a cautela. O Batalhão da Rotam representa muito para o estado de Mato Grosso, o que muito me orgulha”, acrescentou.
Prisões e acusações
No dia 18 de março, a Justiça determinou a prisão preventiva dos policiais militares Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins, todos lotados no Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). Eles são acusados de homicídio, duas tentativas de homicídio, porte ilegal de arma e fraude processual. Além deles, o sargento Heron Teixeira Pena Vieira se entregou à polícia após um dia foragido.
Também foi preso um caseiro, apontado como executor do crime. As investigações continuam em andamento.
O caso
Renato Gomes Nery foi baleado quando chegava em seu escritório, em Cuiabá, no mês de julho de 2024. De acordo com a Polícia Civil, o atirador estava aguardando pelo advogado e, após disparar contra ele, fugiu do local em uma moto. Uma câmera de segurança registrou o momento em que Renato é atingido pelos tiros e cai no chão.
O advogado faleceu no dia seguinte ao ataque, e seu corpo foi sepultado em Cuiabá no dia 7 de julho. Renato foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e conselheiro Federal da OAB na gestão de 1989 a 1991.
FONTE – RESUMO