Angélica Saraiva de Sá, conhecida como “Madrinha”, integrante do Comando Vermelho, foi condenada a 99 anos de prisão pelo assassinato de quatro jovens em Nova Monte Verde, Mato Grosso, em agosto de 2022. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (27) no Tribunal do Júri, onde Angélica foi responsabilizada pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e por integrar uma organização criminosa.
O Ministério Público, representado pelo promotor Cleuber Alves Monteiro, apresentou provas de que os homicídios foram cometidos por motivo torpe, com extrema violência e de maneira que dificultou a defesa das vítimas. As vítimas – Alan Rodrigues Pereira, Caio Paulo da Silva, Jefferson Vale Paulino e João Vitor da Silva – foram executadas após serem identificadas como membros de uma facção criminosa rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC), e torturadas até confessarem sua participação no grupo.
As vítimas haviam chegado à cidade para trabalhar em obras de pavimentação, mas foram capturadas, mantidas reféns e brutalmente torturadas pelos acusados. Seus corpos foram encontrados dias depois em uma área rural da cidade, e o veículo utilizado pelas vítimas foi encontrado incendiado em uma estrada. O caso gerou grande comoção na região.
Angélica, que teria liderado a execução, ordenou a morte das vítimas, sendo a principal responsável pela violência e morte dos quatro rapazes. Alan e João Vitor foram mortos por asfixia, enquanto Caio Paulo e Jefferson morreram devido a traumatismo craniano.
Além da condenação de quase 100 anos pela morte dos quatro jovens, Angélica também foi condenada no ano passado a 28 anos de prisão pelo assassinato de Rogério Diego dos Santos, conhecido como a drag queen Julya Madsan, além de outros crimes como tortura e corrupção de menor.
Outros envolvidos nas execuções também foram sentenciados, com penas que variam de 56 a 86 anos de prisão. Entre os condenados estão T. B. L. (75 anos), W. B. L. (56 anos), B. B. S. (66 anos), R. T. S. L. e E. S. (86 anos cada). As investigações continuam para apurar o envolvimento de outros membros da organização criminosa.