STJ mantém prisão de William Gordão, acusado de lavar dinheiro para o Comando Vermelho

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FOTO: REPRODUÇÃO
ALMT TRANSPARENCIA

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a prisão de William Aparecido da Costa Pereira, conhecido como “William Gordão”, um dos principais alvos da Operação Ragnatela, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em Cuiabá. Em decisão publicada nesta sexta-feira (28), o ministro Carlos Cini Marchionatti rejeitou o pedido de habeas corpus que buscava a liberdade de Gordão.

A defesa de Gordão alegou, entre outros argumentos, que ele não era o responsável pelas movimentações financeiras no Dallas Bar, um dos estabelecimentos usados pela facção criminosa para lavar dinheiro, e pediu a revogação da prisão, além de argumentar que sua detenção era desproporcional aos crimes dos quais é acusado. Essa foi a segunda tentativa de liberdade, após um pedido similar ter sido negado pelo presidente do STJ, Herman Benjamin, em fevereiro deste ano.

No entanto, o ministro Carlos Cini Marchionatti reforçou que as decisões que mantiveram a prisão de Gordão estavam devidamente fundamentadas, citando o risco à ordem pública e o andamento do processo. A decisão destacou a gravidade das acusações, que envolvem a atuação de Gordão em favor do Comando Vermelho, e apontou que sua liberdade poderia prejudicar as investigações.

A Operação Ragnatela revelou que Gordão e outros 14 denunciados participavam de um esquema criminoso relacionado à gestão de casas noturnas em Cuiabá, onde shows de artistas de renome nacional eram realizados com recursos provenientes do crime organizado. Segundo as investigações, Gordão seria um “testa de ferro” de Joadir Alves Gonçalves, suposto chefe da organização, e também teria usado seus dados para aquisição de empresas, como o Dallas Bar, para a facção.

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) denunciou Gordão e outros envolvidos por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação. A investigação identificou movimentações financeiras incompatíveis com a renda legal de Gordão, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro para o Comando Vermelho.

Além de Gordão, outros envolvidos no esquema, incluindo o ex-vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), também foram denunciados, com acusações de facilitar a atuação da facção em eventos e cobrar propinas para liberação de alvarás.

FONTE – RESUMO