Justiça Concede Medidas Protetivas à Avó e Bebê de Adolescente Morta em Feminicídio

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ALMT

A Justiça de Mato Grosso concedeu medidas protetivas à avó e à bebê retirada do ventre de Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, vítima de feminicídio, ocorrido em março deste ano, em Cuiabá. A decisão, assinada pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), determina a proibição de aproximação e qualquer forma de contato entre os investigados e a criança e seus familiares, com o objetivo de preservar a segurança e a integridade da vítima e de sua avó.

Ana Paula Meridiane Peixoto de Azevedo, avó da recém-nascida, solicitou as medidas após receber ligações e mensagens anônimas com questionamentos como: “E aí, como está a bebê?”, o que gerou preocupação e medo pela segurança da criança e sua família.

De acordo com as investigações da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, o crime teve como objetivo principal a obtenção da posse da criança. A principal suspeita, Nataly Helen Martins Pereira, bombeira civil que confessou o feminicídio, segue presa preventivamente. Outros investigados, como Christian Albino Cebalho de Arruda, Aledson Oliveira da Silva e Cícero Martins Pereira Junior, foram liberados, mas permanecem sob investigação.

Medidas Protetivas e Restrições

Ao conceder as medidas protetivas, a juíza enfatizou a urgência na proteção da avó e da criança, considerando o risco de novos atos violentos. A decisão impõe restrições rigorosas aos investigados, como a proibição de aproximação a menos de 1.000 metros da vítima e seus familiares, e o veto a qualquer tipo de contato, seja por mensagens, telefonemas ou redes sociais. A violação dessas condições poderá resultar na prisão preventiva dos envolvidos.

Crimes e Possíveis Penas

Nataly Helen Martins Pereira, acusada de feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso, pode enfrentar uma pena superior a 90 anos, caso seja condenada pelos nove crimes que lhe são imputados.

Em 12 de março deste ano, Nataly assassinou a adolescente Emelly Beatriz Azevedo Sena, grávida de nove meses, em um crime brutal. Após atrair Emelly com a promessa de doações para o bebê, a bombeira a asfixiou e, com a vítima ainda com sinais vitais, realizou uma cesárea improvisada para retirar o bebê, sem qualquer anestesia, causando sofrimento extremo à adolescente.

Após cometer o feminicídio e retirar a criança do ventre de Emelly, Nataly enterrou o corpo da vítima no quintal de sua casa e se apresentou no hospital como se fosse a mãe da recém-nascida. No entanto, exames médicos revelaram que ela não havia dado à luz recentemente, o que levou à descoberta do crime.

As investigações também apontaram que Nataly usou o celular da adolescente para enviar mensagens falsas à família e falsificou um exame de gravidez para simular que estava grávida, encobrindo ainda mais seu envolvimento no crime.

FONTE – RESUMO