A família Martins, proprietária de 1.300 hectares em Mato Grosso e focada na produção de soja, entrou com um pedido de recuperação judicial para renegociar R$ 60 milhões em dívidas e evitar a falência. A decisão foi tomada pela juíza Giovana Pasqual e Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, no dia 3 de abril. O pedido foi feito em fevereiro por Maurício, Silvânia e Handrigo Martins, integrantes do Grupo Martins, que atua no agro em Marcelândia, onde também está o centro administrativo da família.
O grupo, que possui propriedades como a Fazenda Kurizevu B, a Gleba Maiká e os Sítios Vale do Rio Macaco e Vale do Rio, apontou diversos fatores como causas da crise financeira. Entre os problemas mencionados estão a instabilidade nos preços das commodities, aumento nos custos de insumos, eventos climáticos extremos, como secas que prejudicaram as safras, efeitos da pandemia da Covid-19, a Guerra na Ucrânia, recessão nacional e o aumento das taxas de juros.
A trajetória da família no setor rural começou na década de 1940 no Paraná e se consolidou em Marcelândia, Mato Grosso, em 1978. Com o tempo, alternaram entre pecuária e setor madeireiro até se estabelecerem definitivamente na agricultura em 2007. A profissionalização do negócio foi acelerada pela formação em Agronomia de Handrigo Martins e pela instalação da unidade da COFCO International na cidade.
Apesar da adoção de técnicas modernas e aumento na produtividade, a família não conseguiu honrar suas dívidas, apesar de vender patrimônio e modernizar seus processos. A juíza Pasqual de Mello concedeu o processamento da recuperação judicial, suspendendo as ações e execuções por seis meses e dando 60 dias para que a família apresente um plano de recuperação financeira aos credores.
FONTE – RESUMO