O deputado federal José Medeiros (PL-MT) voltou a contestar, nesta segunda-feira (7), os números apresentados sobre o público no ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado no domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo. Sem oferecer dados alternativos, o parlamentar chamou as estimativas que indicaram uma adesão abaixo do esperado de “fake news”. “Eles estão tentando desmentir, brigando com as imagens, mas não tem jeito. A Paulista estava lotada, lotada de gente”, declarou Medeiros em vídeo publicado em suas redes sociais. Ele também se mostrou confiante na aprovação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e sugeriu que Bolsonaro estará de volta nas eleições de 2026.
Segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital, do Cebrap, e da ONG More in Common, coordenado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), o protesto reuniu 44,9 mil pessoas no horário de pico, às 15h44, com uma margem de erro de 5,4 mil para mais ou para menos. A contagem foi realizada com análise de imagens aéreas, utilizando software de inteligência artificial. Esse número coincidiu com a estimativa do Datafolha, que registrou cerca de 55 mil participantes durante o discurso de Bolsonaro. Já a Polícia Militar de São Paulo optou por não divulgar uma estimativa oficial.
Apesar de os números estarem abaixo das expectativas de alguns apoiadores, o evento contou com a presença de sete governadores no palanque, entre eles Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Mauro Mendes (União-MT), Ronaldo Caiado (União-GO), Wilson Lima (União-AM), Ratinho Junior (PSD-PR) e Jorginho Mello (PL-SC), nomes com grande influência entre o eleitorado de direita e potenciais candidatos ou aliados para 2026.
No mês passado, em protesto similar realizado em Copacabana, no Rio de Janeiro, o monitoramento da USP estimou um público de 18,3 mil pessoas. Por outro lado, a Polícia Militar do Rio informou ter contabilizado mais de 400 mil participantes no evento.
Atualmente inelegível devido a decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dois processos e réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro busca manter sua relevância política e articula a aprovação da anistia como uma estratégia para reorganizar sua base e se preparar para a eleição de 2026.
FONTE – RESUMO