​Hércules e Célio juram inocência em morte de vereador; ex-cabo diz que mentiu em depoimento

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CAMARA VG

O ex-cabo da Polícia Militar Hércules Agostinho Araújo e o ex-soldado Célio Alves negaram envolvimento no assassinato do vereador e então candidato a deputado estadual Valdir Pereira, em agosto de 2002, no bairro Jardim Glória II, em Várzea Grande. Ambos prestaram depoimento Primeira Vara Criminal de Várzea Grande, na tarde desta terça-feira (26). Em setembro de 2003, Hércules prestou depoimento ao Gaeco e confessou o crime. Hoje, o ex-cabo afirma que mentiu na ocasião.
 
Hércules afirma que mentiu na ocasião, apesar de o depoimento ter sido tão rico em detalhes. “Esse depoimento não é verdadeiro. É tudo mentira porque a intenção era implicar o João Arcanjo, porque era o interesse maior das pessoas naquele momento”, sustenta. Apesar de alegar que mentiu na ocasião, Hércules afirma que não o fez por emprego de força ou tortura.
 
Em seu depoimento, Célio declarou que ele não conhecia Arcanjo e não cometeu crime. Admitiu que conhecia Valdir Pereira, que freqüentava a casa dele, mas que não tinha qualquer motivo para assassinar a vítima. Célio ainda negou que fosse cobrador de Arcanjo. “Nunca tive problema nenhum com Arcanjo, eu não conhecia o Arcanjo, conheci ele na cadeia”, revelou. “Eu não posso ser julgado por algo que eu não fiz”, completou.
 
Questionado sobre a motivação do crime, não soube responder e se vê vítima de pré-julgamento. “Jurado não julga, ele chega com a opinião formada. Eu não posso admitir um crime, minha cabeça naquela época era outra, porque eu tenho que correr esse risco?”, indagou.
 
Apontado como agenciador do crime, João Leite declarou ao Olhar Direto que jamais teve participação no crime. Ele disse que trabalhava para o sargento Jesus como cobrador e que mantinha uma relação de amizade com o Valdir Pereira. “Nem sei o porquê, nem imagino, Deus é justo e não vou puxar mais cadeia por causa dele [Hércules]”, declaou.
 
João Leite sustenta que sofre extorsão por Hércules. Ele foi condenado em 15 anos de prisão pela participação na morte de Sávio Brandão, em setembro de 2003. Ficou preso oito anos e foi solto, voltou a cadeia envolvido em cobrança.

O caso 

A execução de Valdir foi registrada em 7 de agosto de 2002, no bairro Jardim Glória II, em Várzea Grande. Segundo a denúncia, Célio, Hércules e José de Barros, agenciados por João Leite, a mando de João Arcanjo, mataram Valdir Pereira em emboscada na porta de casa, fugindo em veículo disponibilizado pelo denunciado Edmilson Pereira da Silva. 

Conforme a denúncia, o assassinato foi motivado por disputa de pontos de exploração de jogos de azar. A vítima foi abordada quando chegava em casa, recebendo diversos disparos de espingarda calibre 12. Alguns tiros atingiram a sua cabeça provocando a explosão dos ossos do crânio.

Além de Célio e Hércules, João Arcanjo Ribeiro foi denunciado como sendo o mandante do crime, que teria custado à quantia de R$ 95 mil.

 

Fonte: Olhar Direto

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