Empresário é preso durante operação da PF que apura desvio de R$ 1 bilhão; 20 mandados cumpridos

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Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto/Ilustração
ALMT TRANSPARENCIA

Olhar Direto

Um empresário foi preso na manhã desta terça-feira (03), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na cidade de Itaúba (580 km de Cuiabá), referente à ‘Operação Floresta Virtual’. O homem estava portando ilegalmente uma arma de fogo na sua residência. A Polícia Federal (PF) cumpriu 20 mandados nesta ação que apura prejuízos ambientais estimados em R$ 1 bilhão. Também foram alvos engenheiros e contadores.
 
“A operação contou inicialmente com a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)  em diversos empreendimentos madeireiros, onde foi identificada uma movimentação suspeita. Passamos a investigar estas situações, visando saber quem eram os responsáveis pelas transações. Nisto, chegamos a este grupo, formado por empresários, contadores e engenheiros florestais que vivem em Sinop, Itaúba, Nova Monte Verde, Santa Carmen e um em Cuiabá”, disse o delegado federal Gabriel Costa de Jesus, chefe da investigação.
 
A ação nesta manhã teve como objetivo o cumprimento dos 20 mandados, visando obter provas dos atos ilícitos supostamente cometidos pelos acusados. Conforme o delegado, o grupo cria empresas madeireiras em nome de laranjas, que são fantasmas ou de baixo potencial produtivo, com a única finalidade de inserir créditos virtuais no sistema do Sisflora/MT. Com isto, conseguem ‘esquentar’ madeira ilegal que é extraída no Estado.
 
“Hoje foi preso um empresário em Itaúba por porte ilegal de arma de fogo. Porém, o objetivo inicial é reunir as provas para comprovar os atos ilícitos. Já conseguimos identificar que o grupo continua em atividade, manipulando novas empresas que desconhecíamos. Vamos aprofundar a análise das movimentações realizadas por estas empresas e verificar quais são as que estão com as finalidades de manipular o sistema de controle florestal”, comentou o delegado.
 
O valor de R$ 1 bilhão, que começou a ser contado desde 2014, representa a quantidade de madeira que o grupo realizou de extração ilegal. Os suspeitos estariam realizando o “esquentamento” de produtos florestais extraídos ilegalmente de áreas especialmente protegidas, como áreas de preservação permanente, unidades de conservação e terras indígenas.
 
Os acusados visavam unicamente a geração e movimentação virtual fraudulenta de créditos de produtos florestais. Posteriormente, os créditos eram transferidos para empresas situadas em regiões com grande potencial madeireiro, visando legalizar produtos florestais extraídos ilegalmente, enganando os órgãos de fiscalização e inserindo os produtos com aparência de legalidade no mercado consumidor.
 
Os investigados responderão por diversos crimes contra a flora, furto e receptação de madeira, lavagem de capitais e falsidade ideológica. Os mandados foram cumpridos em: Cuiabá, Itaúba, Nova Monte Verde, Santa Carmem e Sinop, todos em Mato Grosso.

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