Wellaton diz que está sendo acusado injustamente por exoneração de 460 servidores e culpa prefeito

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Olhar Direto

Autor de uma das ações populares que culminaram no cancelamento da suplementação de R$ 5,7 milhões no orçamento da Câmara de Cuiabá, o vereador Felipe Wellaton (PV) afirmou, sem citar nomes, que estão querendo associar a demissão dos 460 servidores comissionados ao seu nome, para desvincular a responsabilidade do ato do verdadeiro culpado, que segundo ele seria o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (PMDB). Nos bastidores da Câmara, a informação é de que Wellaton deve ser acionado nesta terça-feira (17) pela Comissão de Ética por quebra de decoro, o que pode culminar na perda de seu mandato.

“Estão querendo imputar a imagem das demissões a mim, quando na verdade, quem detém o poder orçamentário é o prefeito Emanuel Pinheiro. Eu critiquei um decreto que foi mal feito e que a própria Justiça disse isso. Tudo poderia ter sido resolvido se o prefeito tivesse elaborado um Projeto de Lei, conforme determinou o Tribunal de Contas. Então, se há má vontade, se há má fé, é por parte dele [de Emanuel] e não minha”, disse Wellaton, em entrevista ao Olhar Direto.

O vereador disse, ainda, que mantém um bom relacionamento com todos os seus colegas de Parlamento, mas que sofre ameaças veladas por parte de alguns vereadores que seriam da base do prefeito na Câmara.

A indisposição entre Wellaton e parte da Câmara se deu após o vereador mover uma ação que questionava o decreto de Emanuel Pinheiro, que destinava, inicialmente, R$ 6,7 milhões ao Legislativo. Na ação, o vereador argumentava o fato de a Câmara estar recebendo a suplementação dias após os vereadores não acatarem o pedido de abertura de uma CPI para investigar o prefeito, flagrado em vídeo colocando dinheiro vivo – que seria referente a propina – nos bolsos do paletó, enquanto era deputado estadual.

“O que eu questiono na ação é o ato do prefeito, em nenhum momento eu coloquei em xeque a postura dos vereadores. É justo e correto me ameaçar por acionar a Justiça?”, argumentou o vereador.

Demissão em massa

Na última segunda-feira (10) o presidente da Câmara de Vereadores, Justino Malheiros, demitiu de uma só vez 460 servidores comissionados da Casa, alegando falta de dinheiro para pagar os salários dos mesmos.

Três dias antes, Malheiros havia anunciado o corte de funcionários, em sessão plenária. O tema já havia sido pauta no Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), que após anular o decreto que estabelecia a suplementação orçamentária, de R$ 5,7 milhões, determinou que o Executivo o fizesse por meio de um projeto de lei.

Segundo Malheiros, um funcionário da Prefeitura havia se reunido com ele e mais alguns parlamentares e, em nome do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), prometeu que o projeto de lei chegaria ao Legislativo na manhã de sexta-feira (06), para ser votado durante a sessão. Emanuel negou que tivesse autorizado alguém a falar em seu nome e pediu um prazo a Justino para que o problema fosse sanado.

Numa reunião de emergência, ainda na sexta-feira, marcada por troca de farpas entre os Poderes, Justino decidiu que iria aguardar para decidir sobre a exoneração. E, na segunda-feira, o presidente da Câmara anunciou, oficialmente, a demissão dos 460 servidores.

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