O funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pedaladas, criada ontem (16) pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, não corre o risco de sofrer qualquer interferência do Poder Executivo. A garantia partiu do governador José Pedro Taques (PSDB) ao assegurar que não houve apropriação indébita, em 2017, dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), nem do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico e Valorização Profissional (Fundeb).
Pedro Taques observou que a principal prova é de que até mesmo o líder do governo na Assembleia, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), também assinou o requerimento da CPI. “Tem que investigar, sim. É função Poder do Legislativo. Tanto que conversei com o líder da bancada do governo e o próprio líder da base assinou”, ponderou o chefe do Poder Executivo, para a reportagem do Olhar Direto, no Palácio Paiaguás, nesta quarta-feira (17).
O governador assegurou que não fez nada errado e que não teme ser investigado. “Encaro [a instalação da CPI] absolutamente com tranqüilidade, porque cabe ao Poder Legislativo fiscalizar. É função do Legislativo. O poder Legislativo é independente”, observou o governador, que já é professor de direito constitucional.
“Quem não fez coisa errada não teme nada. Que fez coisa errada, sim, esse teme!”, desabafou Taques, ao lado dos secretários de Estado de Agricultura Familiar, Suelme Evangelista Fernandes; e de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalone Júnior (PSDB).
Nas respostas sobre o tema, ele ficou visivelmente irritado quando foi lembrado, pela reportagem, ter sido colocado sob suspeição, por alguns deputados, quanto à possível apropriação indébita do Fethab e do Fundeb. E citou que, na democracia, podem falar à vontade, mesmo sem provas.
“Eu posso falar tanta coisa. Podem falar à vontade! O fato de falar não significa nada. Até papagaio fala”, complementou Taques, em tom claramente de ironia.
Olhar Direto.