Discípulo de Dante Martins de Oliveira (in memorian) e considerado o mais vitorioso de sua geração, o secretário de Estado das Cidades (Secid), deputado Wilson Santos (PSDB), vai ser indicado pelo governador José Pedro Taques (PSDB) para o cargo vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele deve assumir no primeiro semestre deste ano a vaga aberta em fins de 2014, com a renúncia do ex-deputado e então conselheiro Humberto Bosaipo.
A indicação seria parte do compromisso firmado por Taques, com Wilson, em agosto do ano passado, quando de sua escolha como candidato do PSDB para a Prefeitura de Cuiabá, tendo o então vereador Leonardo de Oliveira, sobrinho de Dante e atual secretário adjunto de Esportes e Lazer da Seduc, como seu vice.
O governador confirmou à reportagem do Olhar Direto que fará a indicação em abril, mas se recusou a antecipar o nome. "Eu não posso fazer exercício de advinhação. Já tenho em mente um nome. Mas não vou falar", justificou Taques, após participar de evento da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci).
Até as eleições de 2016, o atual prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) era o principal opositor ao governo tucano e, após a desistência de última hora do então prefeito Mauro Mendes (PSB) de brigar pela reeleição, Pedro Taques ficou sem candidato. Primeiro, insistiu com Fábio Garcia (PSB), depois, com Eduardo Botelho, e por fim, com Wilson, que relutou em aceitar entrar na disputa pelo Palácio Alencastro, pela quarta vez – duas vitórias.
Sem Mauro Mendes, o governador tinha a convicção de que a base governista, obrigatoriamente, deveria lançar um candidato para à Prefeitura de Cuiabá, para fazer contraponto a Pinheiro.
Wilson iniciou a campanha completamente desacreditado e, mesmo assim, chegou ao segundo turno. Ele teve como responsável pelo marketing de sua campanha o jornalista Kleber Lima, atual secretário do Gabinete de Comunicação, que está de malas prontas para a Secretaria de Estado de Cultura.
Primeiro, Kleber Lima ‘limpou’ Wilson, chegando a colocá-lo no horário eleitoral gratuito para pedir desculpas públicas por conta da sua desincompatibilização da prefeitura, em 2010, quando concorreu ao governo de Mato Grosso, ocasião em que perdeu para Silval Barbosa.
Contrariando as expectativas, Santos chegou ao segundo turno e defendeu o governo Taques com unhas e dentes. Ele deu muito trabalho para Emanuel Pinheiro, vitorioso no segundo turno.
Wilson foi vereador por Cuiabá, duas vezes deputado federal, duas vezes prefeito e está no quarto mandato de deputado estadual. Ele foi secretário de Serviços Urbanos de Cuiabá na administração Dante de Oliveira (1992-94). Mais tarde, foi secretário de Estado de Agricultura no governo Dante de Oliveira e, hoje, comanda a Secid, nomeado por Pedro Taques.
Em dezembro de 2014, o então deputado Jose Riva, à época presidente da Assembleia Legisaltiva de Mato Grosso, em comum acordo com o governador Silval Barbosa (PMDB), em fim de mandato, tentou nomear a própria esposa, dona Janete Gomes Riva para a vaga de Humberto Bosaipo. Não conseguiu, em decorrência de diversas ações judiciais de diferentes entidades de classes.
Em crise
Desde julho do ano passado, o TCE enfrenta a crise mais aguda de sua história. Além da renúncia de Bosaipo, em 2014, a corte convive com investigação da Procuradoria Geral da República, em delação premiada de Silval Barbosa, homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Por decisão do STF, cinco conselheiros foram afastados: Antônio Joaquim Neto, então presidente do TCE; José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Valter Albano Silva e Sérgio Ricardo de Almeida. O processo corre em segredo de justiça.
Em meio à crise, o atual presidente do TCE, conselheiro Gonçalo Domingos Campos Neto assumiu o comando da instituição e, em novembro, foi reeleito para o biênio 2017-2019. Desde o afastamento dos titulares, as demais cadeiras do TCE são ocupadas por conselheiros substitutos: Luiz Henrique Lima, Luiz Carlos Pereira, Moisés Maciel Jaqueline Jacobsen e João Batista Camargo.
Olhar Direto.
