A Controladoria Geral do Estado divulgou na tarde desta quinta-feira (18) que aproximadamente 104 empresas estão sendo investigadas com base nos depoimentos recentes do ex-governador de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa. Por sua vez, o ex-chefe do Poder Executivo e agora colaborador premiado afirmou que deseja contribuir para dar fim ao sistema corrupto em que políticos e empresários se aliam negativamente. Segundo o delator, até mesmo o governo liderado por Pedro Taques possui corrupção.
Silval encerrou nesta quinta a bateria de depoimentos na Controladoria Geral do Estado. As informações sobre o número de empresas supostamente envolvidas em esquemas foi divulgada pela servidora Cristiane Laura de Souza.
“Nós não temos um número exato, é um processo de investigação. Cerca de 102, 104 empresas estão no raio de investigação”, afirmou Cristiane Laura. Pagamento de propina, fraude em licitação e aliciamento de servidores são alguns dos crimes sob exame.
Ainda segundo a Controladoria, a investigação foi iniciada em novembro de 2017 e possui como prazo de finalização o limite de 60 dias.
Silval
Silval Barbosa se mostra um delator premiado exemplar. Ao menos em suas entrevistas.
Segundo o ex-governador, uma de suas intenções é “facilitar que as investigações cheguem num veredicto”.
“Que eu possa colaborar, que acabe esse sistema que tem no meio da política, que todo político achar que pode se beneficiar, e usa os empresários. E os empresários no momento certo, a grande maioria se beneficia também, e depois querem se passar por vítima. Então é um sistema que eu creio que depois dessa colaboração, não só minha, mas de todos que colaboraram, venha a ajudar que no futuro próximo isso não aconteça mais”, afirmou Barbosa.
Com astúcia e trazendo um pouco de ironia aos dias atuais, Silval afirmou que até mesmo o governo liderado por Pedro Taques possui indícios de Corrupção. O problema seria geral.
“Esse sistema é endêmico, ocorre há muito tempo, em todos os governos. Infelizmente a gente vê que isso ainda estava acontecendo. Pelo menos relatos, que houve, de quem está tentando colaborar. E outros casos dentro do governo atual, é o caso da Rêmora”.
A “Rêmora” foi uma operação desencadeada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado que desmantelou um cartel em obras da Educação. Permínio Pinto, ex-secretário de Educação de Pedro Taques, foi preso e está contando os minutos para saber sobre uma possível condenação.
Olhar Direto.