A pré-candidata ao Governo do Estado, Edna Sampaio (PT), classificou como “incoerente” e “desrespeitosa” a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores fechar uma aliança com o também pré-candidato ao Executivo Wellington Fagundes (PR).
A professora da Unemat ainda criticou o presidente do PT em Mato Grosso, deputado estadual Valdir Barranco, por defender a aliança.
Ela afirmou que o parlamentar tem a maioria dos “delegados” da sigla que votam para a escolha de rumo no pleito deste ano, mas ressaltou que a militância petista defende a candidatura dele ao Executivo.
“Toda imprensa sabe, e toda sociedade também, que existem pessoas dentro do PT que defendem a aliança com Wellington, inclusive o presidente do partido. Mas uma aliança com o senador será muito difícil, mesmo para o deputado Barranco, que detém a maioria dos delegados da executiva. Para fazer essa aliança, ele teria que desrespeitar todas as resoluções do partido”, disse ao MidiaNews.
Edna explicou que uma resolução nacional do PT, reforçada em Mato Grosso por outra, estabelece como a "meta zero" instituir nos Estados um palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Isso significa, segundo ela, que o PT não pode fazer aliança com candidatos ou partidos que não reconheçam que Lula é um “preso político” e que não garantam que nos Estados vão ter palanque exclusivamente para Lula.
“Não só uma incoerência como seria um desrespeito ao que foi instituído legalmente no âmbito do partido ele [Barranco] defender essa aliança. Nos outros lugares que o PT tem feito aliança, ainda que com partido que votaram pelo impeachment [De Dilma], os candidatos não se posicionam contrários a Lula, contrários a um palanque para Lula”, disse.
Segundo Edna, Wellington não só apoiou o impeachment de Dilma Rousseff como também apoiou as pautas do presidente Michel Temer (MDB).
“O Wellington não só votou a favor do impeachment como também votou a favor de todas as agendas do Temer. Esteve ativamente dando sustentação ao Temer. E em relação ao presidente Lula, ele não tem uma posição de apoio e de denúncia da prisão ilegal do presidente”, afirmou.
Aliança
No último sábado (28), a sigla rejeitou lançar a professora de imediato ao comando do Paiaguás e deliberou por continuar negociando alianças com outras siglas até o último dia das convenções partidárias, em 5 de agosto.
Edna disse que mantém a pré-candidatura e que espera reverter o entendimento da maioria dos “delegados” do PT.
“Mantenho a pré-candidatura até o último dia de deliberação. Acreditamos que essa é a melhor estratégia. O PT não pode recuar da possibilidade de protagonizar um processo político em que temos a preferência do eleitorado e o Lula está em primeiro lugar em Mato Grosso. Seria um equívoco histórico e inaceitável”, disse.
“Os petistas não preferem isso [aliança com Wellington]. Tanto que a maioria estava para apoiar a candidatura própria, apoiando meu nome, que é colocado pela militância do partido, não pelo diretório, mas pela militância”, completou.
Fonte: Mídia News