O descarte irregular de resíduos em terrenos baldios, rios, córregos e aterros sanitários pode causar a contaminação do solo e da água e contribuir para a disseminação de doenças.
Empresários ligados ao serviço de gerenciamento de resíduos afirmam que o descarte adequado minimiza os impactos ambientais.
Segundo a sócia-proprietária da empresa WM Ambiental, Neany Santos, o resíduo industrial – como metais, solventes, óleos, produtos químicos – é um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais ao meio ambiente.
Como exemplo, ela cita a ação de oficinas mecânicas que não fazem o tratamento e a correta destinação de seus detritos, que acabam penetrando no solo.
“Está indo para algum lugar esse resíduo, que é o meio ambiente. Tem empresas que jogam em terreno baldio e, quando vem a chuva, aquele óleo vai para o lençol freático ou vai para um rio, córrego”, explicou.
Outro problema grave apontado pela empresária são os resíduos hospitalares, que promovem grande risco à saúde pública. Agulhas descartadas incorretamente em lixões podem causar a contaminação do solo, além do risco biológico, como doenças infecciosas.
“Até pouco tempo atrás, a maioria dos tatuadores jogavam agulhas em qualquer lugar. Ai um coletor de lixo pega e acaba furando a mão. Isso é um risco. Outra coisa que a gente vê muito é membros em aterros, quando amputados acima de 30 cm, que devem ser incinerados obrigatoriamente”, afirmou Neany.
Ela diz que isso acontece porque as pessoas pensam que é responsabilidade da Prefeitura cuidar desses dejetos, que acabam indo para os aterros sanitários. No entanto, a empresária informou que tratar dos resíduos e finalizar corretamente são obrigações do próprio gerador.
Neany Santos ainda esclareceu que todo resíduo precisa passar por um processo de tratamento até ser descartado.
“Passa pelo processo de trituração, que é o coprocessamento. Você tritura e depois faz um blend, que é a mistura. Depois, você adiciona os resíduos líquidos e também o solo contaminado. Depois de misturados, você coloca fogo”, explicou.
Já na finalização, conforme a Neany, o resíduo deve ser incinerado ou sepultado.
“A incineração não causa risco porque tudo vira cinza, tem uma redução de 98% do volume total. Não sobra nada, só as cinzas que depois são destinadas para um aterro”, acrescentou.
Recentemente, a Prefeitura de Cuiabá informou que cerca de 300 oficinas mecânicas da Capital podem ser interditadas por oferecerem risco ambiental e apresentar irregularidades na documentação.
A estimativa é de que, atualmente, haja 650 estabelecimentos do setor em Cuiabá.
Conforme o município, oficinas – principalmente aquelas de fundo de quintal – apresentam riscos ao Rio Cuiabá e seus córregos afluentes, que acabam sendo alimentados com óleo e resíduos químicos não tratados.
Serviço
A WM Ambiental disponibiliza um incinerador licenciado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), que dá a devida finalização aos resíduos industriais e hospitalares.
A empresa atende, na área de saúde, desde estúdios de tatuagem, farmácias e laboratórios até clinicas e hospitais.
Já na área industrial, os serviços contemplam pequenas oficinas, funilarias, fazendas e indústrias.
A empresa fornece o trabalho completo de coleta, transporte, tratamento e destinação – além de atender em mais de 60 cidades de Mato Grosso.
“A empresa nos contrata para que a gente dê a distribuição correta desses resíduos, justamente para que ela não volte de outra forma para a população”, afirmou Neany.
Os serviços podem ser consultados no Facebook e no site. Os interessados também podem entrar em contato pelo telefone: 3627-2783.
Fonte: Olhar Direto