Um advogado, identificado como Adão Mazetto, foi preso nesta quarta-feira (30), em Várzea Grande, durante a Operação Zayn, deflagrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil contra um grupo suspeito de roubar veículos e cargas, além de fazer motoristas reféns.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do advogado, mas foi informada de que a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) acompanhou a prisão do suspeito.
A operação também aconteceu nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Rondônia. Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de prisão preventiva e 62 mandados de busca e apreensão.
Em Mato Grosso, além do mandado de prisão cumprido em Várzea Grande, também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. Outros três mandados, também de busca, foram cumpridos em Alta Floresta.
De acordo com a polícia, foram 18 meses de investigação para identificação da organização criminosa que praticava crimes como sequestros, furtos e roubos de carga, adulteração veicular, falsificação de documentos, fraude em sistemas de informática de Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) e enriquecimento ilícito.
Segundo a PRF, estima-se que o grupo seja responsável por mais de 80 roubos de veículos e cargas nos estados alvos da operação, causando prejuízo de cerca de R$ 40 milhões de reais por ano.
Mulheres como "iscas"
Segundo a polícia, a organização criminosa agia de várias formas. Em uma das táticas, contavam com a ajuda de "mulheres jovens e de boa aparência" como "iscas". Elas ficavam posicionadas às margens da rodovia para atrair caminhoneiros, que, ao pararem para oferecer carona, eram surpreendidos por criminosos armados e levados ao cativeiro.
Enquanto o motorista era mantido em cárcere, tanto a carga como os veículos eram negociados com receptadores e outros integrantes do grupo.
Já com o veículo vazio, os criminosos efetuavam adulterações nos veículos – como modificação de chassis e números de motor – e inseriam esses dados falsos nos sistemas dos Detrans, criando um veículo novo a partir de um roubado para negociá-los como “veículos de boa procedência”.
Golpes em fretes
Outra estratégia do grupo de criminosos era com o uso de caminhões previamente adulterados. Eles ofertavam fretes para empresários e, após as cargas serem carregadas, eram desviadas, fazendo com que a organização lucrasse com o prejuízo.
Operação "Zayn"
A operação foi intitulada “Zayn” em referência ao nome de origem árabe, que significa “perfeição”, “graciosidade”. Segundo a PRF, os integrantes da organização criminosa acreditavam que suas ações eram perfeitas, sem deixarem vestígios e impossíveis de serem descobertas pela ação policial
Fonte: Midia News