O governador Pedro Taques (PSDB), candidato à reeleição, se reuniu com secretários municipais de saúde e com conselheiros municipais do setor nesta quarta-feira (29), e afirmou que, entre outras ações, o Fundo Estadual de Estabilização Fiscal (FEEF) irá ajudar a melhorar a situação da saúde em Mato Grosso.
O FEEF é uma nova receita que destinará 100% do que for arrecadado para a saúde pública estadual. A previsão é arrecadar R$ 180 milhões por ano. Com esse dinheiro a Secretaria de Estado de Saúde (SES) terá condições de manter em bom funcionamento os Hospitais Regionais e fazer os repasses em dia aos municípios.
Desse total, 20% dos recursos serão destinados para os hospitais filantrópicos de Mato Grosso, ajudando essas unidades a reduzir o déficit provocado pela defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde. Cada procedimento pago pela saúde pública no Brasil depende do valor estipulado nesta tabela. Por ela, por exemplo, o pagamento da diária de uma UTI pelo SUS é de cerca de R$ 500, valor que está abaixo da manutenção desse serviço, conforme informações da Federação das Santas Casas.
Falando sobre gestores municipais, Taques destacou as ações para a atenção básica, lembrando que revogou a lei 9.870, aumentando os repasses financeiros para os municípios investirem em atenção básica. A lei tinha sido aprovada na gestão do ex-governador Silval Barbosa diminuía pela metade os repasses para à atenção primária. De R$ 20,5 milhões em 2015, o valor saltou para R$ 56,8 milhões em 2017, um aumento de 177% em três anos.
Já na média e alta-complexidade, Taques lembrou que dobrou os repasses para Cuiabá e Várzea Grande e ainda criou em sua gestão mais de 200 leitos de UTIs adultos e pediátricos. São 529 leitos hoje em Mato Grosso, sendo que a gestão Taques abriu 79 em Cuiabá, 40 em Rondonópolis, 32 em Tangará da Serra, 19 em Sinop, 16 em Lucas do Rio Verde, 10 em Cáceres e quatro em Sorriso.
Além disso, afirmou que está construindo junto com a prefeitura o novo Pronto-Socorro de Cuiabá com 315 leitos. “A saúde não vai bem não é de hoje. Existe um déficit muito grande, que já se arrasta há mais de 30 anos. Há 30 anos não era construído um Hospital em Cuiabá. Tinha uma fila gigantesca de cirurgias oftalmológicas e nós fizemos a Caravana da Transformação. Aumentamos leitos de UTI, estamos ajudando hospitais municipais e organizando a casa. A gente está no caminho certo, precisamos de continuidade nos programas e precisamos dos servidores do SUS unidos e integrados no mesmo projeto”, disse o governador.
Questionado sobre a conclusão do Hospital Universitário Júlio Muller, o governador voltou a manifestar que a intenção é terminar a obra. No entanto, a UFMT precisa fazer as correções no projeto. A obra foi iniciada em 2012 e paralisada ainda em 2014 por ineficiência da empreiteira, que alegou deficiência nos projetos. Em março de 2018, Governo e UFMT fizeram uma nova rodada de negociação para a retomada da obra, mas o impasse ainda não resolvido devido ao alto custo para correção da obra. Estima-se um custo de R$ 250 milhões. Em comparação, o novo Pronto Socorro de Cuiabá custa R$ 80 milhões.
“Quando uma coisa começa errada é muito mais difícil termina-la, chegar ao fim da maneira certa. E o problema dessa obra estava desde o projeto, foi construído num terreno alagado, sem a devida atenção a isso na construção. Não é uma solução fácil, o ministério público está junto neste caso e precisamos encontrar uma resolução razoável”, disse.
Fonte: O Documento