O ex-governador Silval Barbosa foi autorizado pela Justiça a se mudar e cumprir o restante da sua pena em Matupá (681 quilômetros de Cuiabá). Na decisão, o magistrado não viu empecilhos à alteração de comarca. O ex-gestor celebrou delação premiada e tem cumprido a sua pena em sua casa, localizada no bairro Jardim das Américas, na Capital.
“Com relação ao pedido de Silval da Cunha Barbosa, autorizo o cumprimento do acordo de delação premiada na comarca de Matupá/MT, desde que apresente nos autos o comprovante de endereço de sua residência, ficando autorizado a se ausentar da comarca de Cuiabá/MT”, diz trecho da decisão.
A delação de Silval Barbosa foi homologada no dia 09 de agosto de 2017, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux.
Entre pagamento de “mensalinho” a deputados, compra de Mesa Diretora e outras dezenas de esquemas ilegais, Silval movimentou uma quantia vultuosa que ultrapassa a casa dos bilhões. Posteriormente foram divulgadas gravações em que políticos e empresários aparecem recebendo dinheiro que seria proveniente, segundo o ex-governador, de propina.
Silval Barbosa que foi prefeito, deputado estadual, além de governador do estado nos anos de 2010 a 2014 foi preso em setembro de 2015 apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso como chefe de uma organização criminosa que cobrava propina de empresas privadas em troca de incentivos fiscais durante a gestão dele. Ele permaneceu um ano e oito meses detido no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
Dentre os seus vários depoimentos a PGR, ele confirmou ter praticado crimes enquanto era gestor e apontou o envolvimento de vários deputados estaduais, federais, senadores, conselheiros e empresários em esquemas fraudulentos durante o seu governo.
Com base na delação premiada, Silval foi sentenciado a 20 anos de reclusão, mas não terá que cumprir mais nenhum dia na cadeia. Ele está em prisão domiciliar com o uso de tornozelira eletrônica em seu apartamento de luxo no bairro Jardim das Américas desde julho deste ano. O ex-peemedebista não poderá se candidatar a cargos públicos enquanto cumpre sua pena.
O ex-governador também se comprometeu a devolver R$ 70,087 milhões aos cofres públicos.
Fonte: Olhar Direto