Investigadores podem entrar em greve na próxima segunda; policiais fazem cota para internet e compra de papel

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CAMARA VG

Os investigadores de polícia de Mato Grosso marcaram para a próxima segunda-feira (14) uma assembleia geral para discutir sobre o atraso salarial dos servidores públicos do Estado. A greve não está descartada, segundo a presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (Sinpol), Edleusa Mesquita. Ela ainda relata que os funcionários públicos estão tendo que fazer cota para pagar internet e comprar papéis em delegacias do interior.

“Nós vamos passar para a categoria o que foi passado pelo governo na reunião com o Fórum Sindical. Vamos tomar as atitudes necessárias. A greve não está descartada. O salário mínimo é o alimento da família do servidor, temos direito de fazer a nossa manifestação. Vamos expor tudo para a categoria e levaremos para a votação”, disse a presidente do sindicato ao Olhar Direto.
 
A presidente ainda relatou que, principalmente no interior, os policiais estão pagando internet para manter os serviços de registro de boletim de ocorrências e também de checagem dos antecedentes das pessoas: “Não tem como trabalhar sem e os investigadores estão tendo que fazer cotinha”.
 
“Estão fazendo cota também para comprar papel e toner para a imprensa. Tem investigador pagando do próprio bolso para fazer manutenção de viatura. A precariedade é muito grande. Estamos fazendo um levantamento de tudo que está ocorrendo para passar isto para a sociedade. Queremos mostrar a outra face da segurança pública do Estado”, finalizou a presidente.
 
A assembleia geral foi marcada para segunda-feira (14), na sede do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (Sinpol), que fica localizada no bairro CPA I, em Cuiabá.

Parcelamento

O governador Mauro Mendes (DEM) anunciou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o salário dos servidores do Estado referente ao mês de dezembro do ano passado será escalonado até o dia 30 deste mês. Em nota, o democrata anunciou ainda o parcelamento do 13º salário remanescente de 2018, que só deverá ser quitado em abril. Outra novidade anunciada por Mendes trata do décimo terceiro salário de 2019, que será pago a todos os servidores, ativos e inativos, somente no mês de dezembro do corrente ano.

Conforme o comunicado, o pagamento dos salários de dezembro de 2018 dos servidores ativos e inativos, no valor total líquido de R$ 552.530.556,82, obedecerá ao seguinte calendário:

Dia 10/01: todos os 33.473 aposentados e pensionistas, independente do valor dos proventos, no valor total de 177.108.626,90; e aproximadamente 43.000 servidores em atividade que recebem até R$ 4.000,00 (quatro mil reais) líquidos e seus pensionistas, totalizando R$ 168.586.734,02;

Dia 24/01: 16.531 servidores em atividade que recebem até R$ 6.000,00 (seis mil reais) líquidos, totalizando R$ 73.150.206,68;

Dia 30/01: todos os demais 13.063 servidores ativos, cuja folha atinge R$ 133.684.989,22”.

O escalonamento do décimo terceiro salário remanescente de 2018, no valor de R$ 127.206.023,59, será pago em quatro parcelas, observado o seguinte calendário: 1ª parcela: dia 31/01; 2ª parcela: dia 28/02; 3ª parcela: dia 31/03; e 4ª parcela: dia 30/04.

Caixa zerado

Mauro Mendes recebeu o Governo no dia 01 de janeiro sem dinheiro em caixa para o pagamento da folha salarial referente a dezembro, quando Pedro Taques (PSDB) ainda era governador. Isto porque, há dois anos, a arrecadação do recurso utilizado para pagar os servidores vem sendo feito nos primeiros dez dias do mês subseqüente ao trabalhado.

A folha salarial de novembro, paga no mês passado, precisou ser escalonada. A expectativa de que o mesmo ocorresse este mês era grande, por conta da redução na arrecadação do Estado, comum nos primeiros meses do ano.

Além disso, o Governo ainda aguarda a vinda dos R$ 400 milhões referentes ao Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX), que até a presente data não foi pago pelo Governo Federal.

O 13º salário de 2018 dos aniversariantes de novembro e dezembro e dos servidores comissionados também ficou pendente. Conforme o ex-titular da Casa Civil, Ciro Rodolpho Gonçalves, os cerca de R$ 120 milhões a serem pagos foram contabilizados como dívidas no fechamento do balaço do governo, para serem quitadas por Mauro Mendes.

 

Fonte: Olhar Direto

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