Jayme diz que Bolsonaro não pode transferir responsabilidade de reforma para Congresso

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O senador Jayme Campos (DEM) tem uma opinião clara diante do embate travado entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM): o chefe do Executivo não pode transferir a responsabilidade de se fazer a reforma da Previdência para o Congresso Nacional.

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A tese de Jayme é a mesma defendida por Maia e é o motivo da deterioração da relação entre os poderes. O presidente da Câmara já chamou Bolsonaro para a responsabilidade de viabilizar a reforma mais de uma vez. Os grupos de defesa bolsonarista mais radicais acusam os deputados de tentarem forçar negociações pouco republicanas em troca de apoio ao projeto.
 
Campos opina que enxerga no atual governo muita falta habilidade política e um encaminhamento errado. “Você está acompanhando a boa vontade do presidente da Câmara e do presidente do Senado de fazer o papel do grande interlocutor do governo. Agora, terceirizar para o presidente da Câmara, e para o presidente do Senado, acho que é quase missão impossível”.
 
“Todo mundo tem consciência da importância que representa a Previdência Social. Então, todavia, você tem que ter um debate amplo, franco, até porque você vai mexer com a vida das pessoas e ninguém quer assumir naturalmente essa responsabilidade que seria do poder Executivo. O Congresso tem o papel de discutir e tem que aprovar aquelas matérias inerentes aos assuntos que são encaminhados pelo presidente da República”, disse Jayme.
 
“O bate-boca que houve acho que foi no bom sentido, sobretudo o que o presidente da Câmara disse, é botar as coisas no seu devido lugar. Não é possível que se transfira para a Câmara toda a responsabilidade sem ter nenhuma participação do Executivo”, completou.
 
Jayme enxerga no atual governo ainda goza do prestígio das urnas, mas vê uma necessidade de se mostrar resultados práticos à sociedade. “O presidente Bolsonaro vem de uma fase ótima com relação a essas eleições, mas as coisas estão já passando. Os boletos da cobrança daquilo que ele prometeu na campanha estão chegando e ele tem que assumir de fato e de direito o seu papel de ser com certeza o grande interlocutor entre o Congresso nacinal e o Poder Executivo”.
 
O senador mato-grossense cobra emprenho do presidente porque avalia a dificuldade de se aprovar uma reforma impopular como a da Previdência. “Nós vivemos no estado democrático de direito, vivemos na democracia plena e esse entendimento, essas conversações são coisas corriqueiras, todo mundo sabe, não vão aceitar empurra goela abaixo nos congressistas. Até porque o assunto é muito importante. Você vai mexer com a vida das pessoas. Eu particularmente não voto para retirar nenhuma conquista. Os direitos adquiridos do cidadão eles são uma coisa intocável. E essa reforma está mexendo com a vida das pessoas e o governo tem que assumir o seu papel”.

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