Fonte: Olhar Juridico
O advogado Pedro Proença, que representa o pai de Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto em 2016, em Portimão (Portugal), encaminhou cartas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ministro Sérgio Moro fazendo um apelo para que o Brasil cobre a conclusão do caso na Justiça de Portugal. O advogado também buscou apoio junto à Embaixada do Brasil no país europeu. Rodrigo teria sido assassinado pelo padrasto, o cuiabano Joaquim Lara Pinto, que viajou para o Brasil logo após o crime.
O advogado afirmou ao Olhar Jurídico que compareceu à Embaixada no Brasil, em Lisboa, nesta segunda-feira (27) para saber como está a tramitação do processo envolvendo o cuiabano Joaquim Lara Pinto. Proença disse que comunicou sua preocupação pelo estado do processo naquele país e fez um apelo por um esclarecimento sobre o caso e seu andamento na Justiça.
Ele afirmou que a Embaixada do Brasil lhe garantiu que mobilizará esforços para, junto com a Justiça de Mato Grosso, aferir qual o estado do processo. O advogado também disse que aproveitou a oportunidade e entregou ao embaixador duas cartas dirigidas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Justiça Sérgio Moro, apelando por Justiça no caso de Rodrigo. Ele foi informado que as cartas serão entregues aos respectivos destinatários.
O caso
Consta na investigação da Polícia Judiciária de Portugal que o cuiabano fez a reserva de passagens para o Brasil, em dezembro de 2015, para sua mulher e a filha, de apenas sete meses. Ao todo, foram pagos 1.443 euros pela viagem, que aconteceria em fevereiro de 2016.
Posteriormente, Célia Barreto, que é mãe de Rodrigo Lapa, se recusou a deixar Portugal, por não querer deixar o filho sozinho. Além disto, a mulher também impediu que Joaquim Lara levasse a filha deles, de apenas sete meses.
“Por este motivo, o suspeito foi obrigado a viajar para o Brasil sozinho, o que lhe terá provocado uma forte contrariedade financeira (o dinheiro gasto nos bilhetes não lhe foi reembolsado) e emocional (teve que deixar a companheira e a filha de sete meses)”, diz trecho do documento.
As investigações ainda concluem que, revoltado com todas as contrariedades, na manhã do seu embarque, Joaquim teria decidido se vingar do enteado, “castigando-o gravemente, provocando-lhe a morte e escondendo o seu corpo”.
Luvas de látex, utilizadas no crime, foram encontradas, no dia do crime, junto ao corpo de Rodrigo Lapa. O material foi analisado pela perícia, que teria apontado a presença de DNA do cuiabano nelas.