O fato veio à tona após uma reportagem do jornal El País que destacou a morte de nove indígenas da etnia Xavante dentro de 24 horas. Entre as vítimas estava um bebê. Diante da situação, o tema foi comentado na Assembleia Legislativa para alertar as autoridades e a sociedade sobre as mais mortes que pode acontecer em decorrência da pandemia do novo coronavírus caso nenhuma medida seja adotada.
“Gostaria de aproveitar a audiência que a CCJR, tem pela responsabilidade que esta comissão possui para apresentar minha preocupação com relação à comunidade indígena. Só em Barra do Garças são mais de 100 contaminados e nove óbitos da comunidade Xavante. Há risco de um genocídio ser provocado nas comunidades indígenas”, alertou Dr. Eugênio.
O deputado Lúdio Cabral (PT), que também é médico, falou sobre a vulnerabilidade dos povos indígenas por uma questão fisiológica e também cultural. De acordo com o deputado, outras doenças e viroses já dizimaram a comunidade indígena em outros tempos.
“Só para reforçar a fala do Eugênio, a mortalidade entre os Xavantes já é no mínimo duas vezes maior do que no país. Isso significa que já teríamos mais de 110 mil mortes no Brasil (se fosse aplicada a mesma proporção). Os povos indígenas por sua constituição já possuem uma vulnerabilidade maior a essas doenças”.
O líder do governo e presidente da CCJR, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), se prontificou de imediato a intermediar uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, e pediu para que Dr. Eugênio formalizasse o pedido durante a sessão plenária.
“Vamos convocar o secretário Gilberto para uma reunião para tratar exclusivamente dessa questão. Podem contar comigo, é nossa função fiscalizar e acompanhar. Há algum tempo acompanho o abandono da saúde indígena”, destacou Dilmar Dal Bosco.