Imortal pela Academia Mato-grossense de Letras é homenageado com adaptação para o cinema

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Assessoria do projeto
CAMARA VG

 

O verde da mata, o azul do céu, o som dos animais. A paisagem natural do cerrado mato-grossense se cruza com as histórias de Ivens Scaff, contadas em “A Partir… Podemos…”, mais novo filme do diretor cuiabano Luiz Marchetti. O projeto foi contemplado em edital da Lei Federal Aldir Blanc em Cuiabá, executado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e apoio do Conselho Municipal de Política Cultural.

O filme é uma homenagem ao escritor regional, Ivens Scaff e uma contemplação da riqueza natural e valorização do cinema cuiabano.  O projeto reúne um time de cuiabanos e cuiabanas, nascidos ou de coração, em prol do fazer artístico na capital de Mato Grosso.

“A obra é justamente o registro de que tem gente inquieta fazendo arte aqui, com coragem e dedicação. É fundamental que tenhamos cada vez mais trabalhos artísticos sendo desenvolvidos, mais oportunidades para os profissionais da cultura e também de acesso da população a essas obras”, aponta Luiz Marchetti, cineasta há 30 anos, que assina adaptação do conto homônimo de Ivens para a dramaturgia audiovisual e a direção do filme.

“Trabalhamos para que a adaptação para o cinema preserve toda a magia, subjetividade e força imaginária da obra. ‘A Partir… Podemos…’ é a idealização de um entrelace de criações e parcerias poéticas”.

‘Tchapa e crux’ até no nome, Ivens Cuiabano Scaff é médico, escritor, poeta regional e membro da Academia Mato-grossense de Letras. Na rodovia para o município de Chapada dos Guimarães, no quilômetro 20, está localizado seu sítio. O local de inspiração para suas criações agora é a locação principal para as filmagens de sua primeira obra adaptada para o audiovisual.

“Eu percorri os mesmos caminhos que o personagem hoje faz, da casa do sítio para o rio, e agora para o cinema. Foi ali onde minha inspiração floriu para o conto. É emocionante poder vivenciar esse momento único em minha trajetória. Essa é minha primeira obra adaptada para o cinema. Estou muito feliz e ansioso para o resultado que está por vir”. Para Ivens, transportar a obra de uma linguagem para a outra requer sensibilidade e, ao mesmo tempo, doses de coragem, características que ele considera marcantes nos trabalhos do diretor. “Marchetti foi de uma delicadeza e atenção aos detalhes, para que nada se perdesse ou não chegasse à tela. Inclusive, toda a equipe de produção está de parabéns pelo trabalho”.

Responsável pela condução da história, o personagem principal ficou será interpretado por Romeu Benedicto, ator cuiabano com mais de 30 anos de carreira. “Foi uma honra poder estar à frente de um poema de Ivens Scaff que, além de amigo, é uma personalidade importante para a cultura cuiabana. É com grande carinho, respeito e cuidado que assumi esse papel de levar a poesia para o cinema”.

Romeu interpreta um homem trabalhador e esforçado, que cuida de sua família e goza de estabilidade, mas que ao longo do tempo, começa a sentir um afastamento, um distanciamento. E então encontra no Rio Coxipó a vontade de deixar ser levado. “O filme fala de uma ausência que o homem sente ao longo da vida. Não é sobre dor, mas sobre a constatação da sequência da vida. Este é um filme-arte, uma abstração. É deixar-se levar, se soltar”, aponta o ator.

A direção de fotografia é de Keydson Barcelos, da Quadro a Quadro Filmes. O verdejante Coxipó assina seus próprios filtros, segundo o profissional, que tem mais de 25 anos dedicados ao audiovisual. “Os recursos tecnológicos são um importante instrumental, mas é o olhar para essa grandiosidade natural que temos aqui que engrandece a fotografia do filme. Usar da luz natural no melhor horário para a captação vem de se observar, contemplar. Procuramos passar isso ao espectador. Sinto que estamos fazendo algo belo e genuíno. Estou muito feliz e honrado em poder acompanhar Marchetti e Romeu, amigos de longa data, neste trabalho”, pontua Keydson.

Para Márcio Borges, coadjuvante na trama e amigo de longa data de Ivens Scaff, é uma honra poder participar da produção e conviver com todos os profissionais durante os dias de gravação. “Tivemos uma relação harmoniosa. Todos muito profissionais, uma direção exata, sabendo aonde quer chegar, além do elenco marcante. Todo mundo muito focado é fundamental para que a gente desenvolva um trabalho profissional mais apurado”.

Além do enredo em si, outro ponto que chama a atenção é a valorização do ecossistema que circula o Rio Coxipó, presente na história e cultura de muitos cuiabanos. Para Ivens, “além de enaltecer o fazer artístico cuiabano, acredito que a obra também é uma forma de defesa ao patrimônio natural e cultural que é o Rio Coxipó e o que ele representa. É uma forma de pedir por cuidado e preservação do rio que faz parte da história de Cuiabá”.

Aldir Blanc em Cuiabá 

Os editais têm investimento oriundo do Fundo Nacional de Cultura repassado via Secretaria Especial de Cultura – Ministério do Turismo – para o Fundo Municipal de Cultura de Cuiabá, por meio da Lei Federal 14.017/2020 – Aldir Blanc, criada para oferecer apoio financeiro aos artistas e profissionais da cultura diante da pandemia mundial da COVID-19. Em Cuiabá, o Conselho Municipal de Política Cultural é parceiro na realização do edital.

Todos os projetos já foram pagos aos 274 contemplados. Foram R$ 3,9 milhões investidos em 156 projetos do edital de Fomento, 61 artistas do edital de Aquisição de Obras para Acervo Municipal, 19 Mestres da Cultura Popular e 40 entidades beneficiados com edital de Subsídio. São mais de 300 artistas contemplados diretamente em quatro editais.

Os projetos do edital de Fomento devem ser executados até o fim do mês de abril de 2021. Também será organizada uma exposição para apresentar as obras adquiridas no edital de Acervo Municipal.

 

**com informações da assessoria

Fonte Nayara Leonor – PMC 

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