Acusados de integrar grupo de extermínio, “mercenários” serão submetidos a júri por homicídio em VG

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Foto: Reprodução
CAMARA VG

José Francisco Carvalho Pereira e Jefferson Fátimo da Silva serão submetidos ao Tribunal do Júri no dia 15 de abril, pelo homicídio de Janderson Rodrigues de Souza, ocorrido em Várzea Grande, em 2016. A juíza Marina Carlos França, da 1a Vara Criminal de Cuiabá, determinou a sessão em sua decisão do último dia 19.

No dia 12 de janeiro de 2016, Janderson foi assassinado na frente da Casa de Carne e Mercearia Santa Clara, localizada no bairro Santa Clara. José Francisco contou com a ajuda de Jefferson para executar a execução.

De acordo com a denúncia, Jefferson atirou diversas vezes contra ela, causando sua morte. Janderson estava sentado na frente do estabelecimento em questão, conversando com amigos, quando quatro homens desceram de um Fiat Uno, usando roupas camufladas e rostos encobertos, e efetuaram os disparos.

O Ministério Público concluiu que José atribuiu a Janderson o envolvimento no assassinato de seu filho, ocorrido um ano antes. Além disso, ele teria tentado matar outra pessoa que, segundo a acusação, teria participado da execução do filho de José.

A juíza destacou que, entre 2014 e 2016, em Várzea Grande, os denunciados integraram uma organização criminosa, junto com outros investigados, que tinha como objetivo fornecer armas de fogo para crimes de homicídio, uma vez que foram identificados possíveis infrações penais que suas vítimas poderiam ter cometido.

A peça inicial ainda menciona que o modo de execução da vítima, apurado nestes autos, é muito parecido com os outros crimes apurados na Operação Mercenários, inclusive o uso do mesmo veículo, pertencente ao denunciado Jefferson Fátimo”, diz um trecho da decisão.

A sessão do Júri Popular foi designada para o dia 15 de abril, às 09 horas, no plenário da 1a Vara Criminal, e será realizada de forma presencial.

Mercenários

A Operação Mercenários é uma consequência das investigações sobre os homicídios cometidos em Várzea Grande nos meses de março e abril de 2016, por pessoas ligadas à organização criminosa composta por policiais militares e vigias que atuavam na região do bairro Cristo Rei.

O Ministério Público sustenta que o grupo “Os Mercenários”, composto por aproximadamente seis policiais militares e civis, se uniu sob uma estrutura ordenada caracterizada pela divisão de tarefas, com o objetivo de obter vantagens através da prática de infrações penais, sobretudo homicídios.

Conforme demonstrado nas investigações, os integrantes do grupo dispunham de um aparato sofisticado para cometer crimes, como armamento sofisticado, rádio amador, silenciador de tiros e diversos carros e motocicletas com placas frias. Estima-se que dezenas de pessoas tenham sido afetadas pelo grupo.

 

 

Fonte: Informações/ Olhardireto