A prefeita de Cáceres, Eliene Liberato (PSB), criticou o secretário-executivo do Ministério da Agricultura e Pecuária, Irajá Lacerda, e o deputado federal Abílio Júnior (PL), durante entrevista coletiva à imprensa na manhã desta sexta-feira (16) Irajá havia dito, em vídeo, que o Governo Federal não poderia enviar recursos para o município devido à ausência de um requerimento, apresentado pela prefeitura. No entanto, Eliene rebateu a informação e disse que o documento foi registrado no último dia 12.
Sinto muito pelo cacerense, que é descaminhado e desrepresentado pelo povo. Liguei duas vezes para ele. Ele esteve aqui e marcou uma reunião, convidou os vereadores da sua base para ir até Brasília e soltou um vídeo acusando a prefeita de não cumprir o que era exigido lá em cima. A protocolou no dia 12, mas o sistema precisa ser alimentado e, graças a Deus, está tudo certo. Tanto é que já saiu o decreto de reconhecimento de emergência, protestou Eliene sobre o vídeo de Irajá.
No vídeo divulgado na quinta-feira (15), o secretário do Mapa afirma que se reuniu com três ministérios para atender Cáceres. “Estamos todos prontos com os planos de ações e vontade de trabalhar em prol dessa população que tanto precisa da ajuda do governo, porém, hoje, dia 15, às 11h (horário de Brasilia), nós não constatamos nenhum requerimento por parte da Prefeitura Municipal no sistema S2ID, o qual esse sistema é o que autoriza o governo federal agir em prol da população, então quero pedir para prefeita Eliene que tome as providências cabíveis para que nós do Governo Federal também possamos ajudar o povo do município”.
Eliene reforçou, em resposta, que quem ajudar Cáceres está fazendo, destacando a ação dos senadores Jayme Campos e Wellington Fagundes, junto com o deputado federal Coronel Assis, que juntos, destinam R$ 6,5 milhões ao município para ajudar na situação de emergência, causada após o registro de 205 mm de precipitações no último final de semana, destruindo casas e deixando cerca de 7 mil pessoas desalojadas.
Ficamos tristes ao recebermos dois senadores e um deputado. Os vereadores que desejam ajudar não encontraram nenhum obstáculo, compareceram e assumiram compromissos imediatos. São R$ 6,5 milhões para que possamos ajudar de forma emergencial a nossa população. “Sempre peço desculpas, especialmente para aqueles que dizem que têm compromisso com Cáceres. É fácil ser oposição”, pontuou Liberato.
Parabenizo aqueles que têm um compromisso com Cáceres, que gostam de Cáceres, que amam Cáceres e que criaram esse momento histórico. A gente lamenta que é um pós, uma tragédia praticamente, uma situação de emergência, mas eu estou muito feliz porque demonstra a sinergia entre senadores, deputados, governo do Estado. Sempre disse que sou prefeita de 96 mil habitantes, não tenho bandeira, nem partido, meu partido é Cáceres. Apenas quem viveu aquela noite e o pós-vive sabe. Você ouvir criança chegar e falar, perdi tudo prefeita, até meus cachorrinhos. Daí você vai lá in loco, vê que não tem geladeira, não tem cama, não tem fogão. “É isso mesmo”, complementou.
A prefeita também criticou a ação de Abílio Júnior, que esteve no município durante a semana para uma visita in loco, mas não a procurou para conversar e compreender o que a Prefeitura precisava para ajudar a população.
“Um irresponsável, com licença, vou me dar esse direito, porque um deputado que teve 300 votos em Cáceres, ele tinha que ter a dignidade de procurar a prefeita de Cáceres, vir aqui e perguntar o que a cidade está precisando. Ele nem falou comigo, pelo contrário. Eu recebi um telefonema de um morador que ele estava chamando o morador e falando para meter o pau na gestão, meter o pau na prefeita. Isso não me representa, peço desculpas. Não vou admitir, embora reconheça o meu respeito por você. Aproveitei para ser eleita pelo voto. “As pessoas me colocaram lá para que ele tentasse denegrir a nossa gestão, insinuando que não estava fazendo nada”, disse Eliene.
Abílio também criticou uma das obras para o novo sistema de drenagem, e a gestora reforçou que a obra é séria e responsável.
Então, não me importo com essa situação, mas solicito respeito, pois ele não me respeitou. Se tivesse me respeitado, ele teria vindo aqui no gabinete, uma vez que teve 300 votos aqui e ligado. Senhora, estou na sua cidade e preciso de sua ajuda para isso? Não, infelizmente, não. “Não, Cáceres, eles não precisam, precisam desse ato que aconteceu esta manhã aqui, um ato histórico”, concluiu.
