Integrantes do Comando Vermelho são condenados a mais de 100 anos de prisão por homicídio e tentativa de homicídio em Sinop
Em uma sentença proferida nesta quinta-feira (08), três integrantes da facção criminosa Comando Vermelho foram condenados a mais de 106 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça de Sinop, Mato Grosso. Os réus foram responsabilizados por homicídio qualificado contra Marina Azevedo Campos, que estava grávida, e pela tentativa de homicídio contra Gilson Santos Amorim. Além disso, as penas incluem condenações por aborto e por participação em organização criminosa.
Leonardo dos Santos Pires, conhecido como “Sapateiro” ou “Maresia”, que é apontado como uma das lideranças da facção, Gabriel Divino da Silva Ajala e Mikeus Mário da Silva Camargo, foram presos preventivamente e não poderão recorrer em liberdade. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), os crimes ocorreram na noite de 25 de julho de 2022, em uma residência no Loteamento Alto da Glória, em Sinop.
Segundo o MPMT, as vítimas foram atingidas por disparos de arma de fogo dentro de sua própria casa. A motivação para o crime teria sido o desejo de Gilson Santos Amorim de se desligar da facção, além da suspeita de que ele estava comercializando drogas que não eram adquiridas pelo Comando Vermelho.
A denúncia também aponta que, na noite do crime, os condenados, juntamente com outros dois indivíduos (um deles já falecido e o outro ainda não identificado), invadiram a residência e atiraram primeiro em Marina Azevedo Campos, esposa de Gilson. Naquele momento, Gilson estava no banheiro e, ao ouvir os disparos e os gritos de socorro de sua esposa, reagiu. Ele pegou uma arma de fogo que estava no quarto e atirou contra os suspeitos, acertando Guilherme Felipe Oliveira de Moura, que morreu no local.
Gilson também foi atingido, mas conseguiu escapar e se esconder em uma área de mata próxima. Ele entrou em contato com seus familiares e com a polícia militar, sendo posteriormente resgatado e levado para o Hospital Regional de Sorriso, conforme informou o Ministério Público.
As penas aplicadas foram severas: Leonardo dos Santos Pires, por seu papel de liderança na facção, recebeu uma sentença de 42 anos. Gabriel Divino da Silva Ajala, conhecido como “Mafioso”, foi condenado a 36 anos, enquanto Mikeus Mário da Silva Camargo recebeu uma pena de 28 anos. Além das penas de prisão, cada condenado foi sentenciado a pagar uma indenização de R$ 50 mil, como reparação extrapatrimonial, à família da vítima fatal e a Gilson Santos Amorim, vítima da tentativa de homicídio.