Tragédia em Cuiabá: Adolescente de 12 Anos Morre Após Queda em Escola; Família Acusa Negligência Médica
No dia 8 de agosto, o adolescente Diego Henrique Coré Campos, de apenas 12 anos, faleceu na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, após sofrer uma queda do telhado da Escola Estadual Manoel Cavalcante Proença, localizada no bairro Tijucal, onde ele estudava. A família do jovem acusa a unidade de saúde de negligência médica, alegando que ele não recebeu o tratamento adequado.
Segundo relatos dos familiares, a queda ocorreu no dia 6 de agosto. Diego procurou a direção da escola na manhã do acidente, queixando-se de dores no ombro. Imediatamente, a família foi informada, e o adolescente foi levado à UPA do Pascoal Ramos para avaliação médica.
No entanto, não foi esclarecido como a queda ocorreu, tampouco o motivo pelo qual Diego estava no telhado da escola no momento do acidente.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, na noite do mesmo dia, Diego foi submetido a um exame de raio-x na clavícula esquerda, que não identificou “anormalidades evidentes”. De acordo com a nota da SMS, na madrugada de 7 de agosto, o adolescente foi novamente avaliado e liberado com encaminhamento para um ortopedista no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Ainda no dia 7, por volta das 9h28, Diego voltou ao HMC acompanhado do pai, queixando-se novamente de dor no ombro. Após nova avaliação, que também descartou lesões ou luxações, ele foi liberado com orientações médicas, medicação e a recomendação de repouso.
Entretanto, na manhã de quinta-feira (8), por volta das 6h06, Diego foi levado novamente à UPA do bairro Pascoal Ramos, desta vez sem sinais de pulsação. Somente neste momento, segundo a SMS, a família relatou a queda ocorrida no dia 6. O jovem foi imediatamente encaminhado para o Box de Emergência, onde foram realizadas manobras de ressuscitação, mas, infelizmente, ele não resistiu e o óbito foi constatado às 6h12.
Em entrevista ao Programa do Pop, da TV Cidade Verde, a avó de Diego expressou sua indignação e afirmou que acredita ter ocorrido erro médico. Ela questionou como uma criança pode ser liberada para casa ainda sentindo dor, ressaltando que o raio-x realizado na UPA teria indicado uma fratura na clavícula.
“Alguém errou, seja no atendimento médico, seja na escola. Alguém errou”, declarou a avó.
A Polícia Civil, procurada pela reportagem, afirmou que não foi acionada para realizar a liberação do corpo e que, até o momento, não há registro de boletim de ocorrência relacionado ao caso. Após a constatação da morte, o corpo de Diego foi encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito do Hospital Universitário Júlio Muller.
Resposta das Autoridades
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de nota, lamentou profundamente a morte do adolescente e reafirmou seu compromisso com a transparência e a qualidade no atendimento. A pasta se colocou à disposição para fornecer informações adicionais e colaborar com eventuais investigações.
Já a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) destacou que, assim que Diego procurou a direção da escola relatando dores no ombro, os gestores seguiram os protocolos estabelecidos, acionando imediatamente a mãe do aluno. A Seduc manifestou pesar pela morte do estudante e ressaltou que a perda foi sentida por toda a comunidade escolar.