Candidata achou que os assassinos do CV a abordaram para uma reunião política; suposto mandante foi identificado em MT

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Candidata a vereadora em MT foi torturada e executada após confundir abordagem do Comando Vermelho com reunião política

Depoimentos colhidos pela Polícia Civil revelam que Rayane Alves Porto, candidata a vereadora de Porto Esperidião (325 km de Cuiabá), acreditou estar participando de uma reunião política quando foi abordada por membros do Comando Vermelho (CVMT). Rayane, de 28 anos, e sua irmã gêmea, Rithiele Alves Porto, foram brutalmente torturadas e executadas após os criminosos interpretarem um gesto feito em uma foto como uma associação ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção rival.

Segundo um depoimento obtido pela reportagem, prestado em 14 de setembro, uma testemunha relatou que estava no Festival de Pesca com a mãe e encontrou Rayane acompanhada de um amigo. Enquanto estavam em uma barraca para comer, os suspeitos se aproximaram trazendo Rithiele e outro homem. Os assassinos então pediram para conversar em outro local, o que levou Rayane a pensar que a abordagem estava relacionada à sua campanha política.

Posteriormente, as vítimas foram levadas para um local não identificado, onde os criminosos mostraram a foto que teria motivado o ataque. Em seguida, os faccionados fizeram uma ligação para alguém identificado como “chefe”, afirmando que se as vítimas não tivessem nenhuma dívida, nada aconteceria a elas.

As irmãs e seus amigos foram levados para uma casa, onde foram colocados em um quarto e instruídos a abaixar a cabeça. Os criminosos realizaram uma chamada de vídeo, forçando Rayane a conversar com o suposto “chefe”. Pouco depois, Rayane e Rithiele foram levadas para outro quarto e executadas.

Mandante das mortes é identificado

Norivaldo Cebalho Teixeira, conhecido como “Tuta”, foi identificado como o mandante do sequestro e das execuções. Considerado um criminoso de alta periculosidade, “Tuta” já é réu em ações penais por homicídios e roubo. Na segunda-feira (16), a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) colocou o detento em uma cela isolada na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde ele já cumpria pena. A ordem para as execuções teria sido dada por “Tuta” durante uma videochamada, na qual ele também teria assistido às torturas.

Um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado para investigar como “Tuta” teve acesso a um telefone celular dentro do presídio.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto