O Gaeco está investigando 20 candidatos em MT, supostamente financiados pelo Comando Vermelho

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Foto: Reprodução
ALMT

Gaeco investiga 20 candidatos a vereador em Mato Grosso por suposto financiamento do Comando Vermelho

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) está investigando 20 candidatos a vereador em Mato Grosso por suspeitas de que suas campanhas eleitorais foram financiadas pelo Comando Vermelho (CV). A facção criminosa estaria tentando influenciar o processo eleitoral no estado ao injetar dinheiro vivo nas campanhas de candidatos. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (26) pelo site Gazeta Digital.

Candidatos de diversas cidades, como Cuiabá, Várzea Grande, Nobres, Cáceres, Sinop, Primavera do Leste, Sorriso e Alta Floresta, estão sob monitoramento das autoridades. A investigação aponta que o CV estaria utilizando o dinheiro proveniente do tráfico de drogas para lavar recursos por meio de campanhas eleitorais, visando obter vantagens nas câmaras municipais.

“O Comando Vermelho mudou sua tática. Agora, a facção investe dinheiro em políticos, para posteriormente exigir favores que beneficiem suas atividades”, afirmou Adriano Roberto Alves, coordenador do Gaeco.

Segundo o Gaeco, o CV viu na política uma oportunidade de lavar dinheiro sem levantar suspeitas das autoridades. A facção estaria utilizando a base eleitoral de vereadores para ampliar sua influência, o que representa uma preocupação para o estado, uma vez que esses candidatos, se eleitos, podem ocupar cargos de maior importância no futuro, como prefeitos, deputados ou até senadores.

“Estamos acompanhando de perto, e até o momento, investigamos 20 candidatos. No entanto, devido à crescente influência do crime organizado no processo eleitoral, novos órgãos de fiscalização foram criados na Polícia Civil e até na Polícia Federal. Esse número de investigados pode dobrar”, acrescentou Alves.

O promotor explicou que o dinheiro do CV é frequentemente repassado por meio de laranjas e usado para impulsionar as campanhas eleitorais, financiando materiais publicitários e compra de votos. “Um exemplo é o pagamento para colocar uma placa de campanha em frente a uma casa, o que funciona como uma forma de garantir o voto do morador”, explicou.

Além disso, as investigações apontam que o CV também busca outras formas de lavar dinheiro, como em eventos musicais e campeonatos amadores, muitos dos quais realizados com recursos públicos e apoiados por vereadores financiados pela facção. A facção também tenta influenciar leis municipais e o zoneamento urbano, visando expandir suas atividades criminosas no estado.

As investigações continuam, e as autoridades prometem reforçar a fiscalização durante as eleições para evitar que o crime organizado ganhe espaço na política local.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto