O governador rebate as diferenças étnicas e afirma que usou números oficiais em uma declaração sobre incêndios em terras indígenas

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Foto: Reprodução
ALMT TRANSPARENCIA

Declaração de Mauro Mendes sobre incêndios em terras indígenas gera revolta em comunidades

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UNIÃO), declarou recentemente que alguns dos incêndios que vêm ocorrendo no estado têm origem em terras indígenas. A fala gerou indignação em diversas comunidades indígenas, levando cerca de 44 etnias a se manifestarem contra a declaração do Chefe do Executivo.

Em resposta às críticas, Mendes esclareceu, em entrevista à “Veja+” na última semana, que sua intenção não foi responsabilizar os povos indígenas pelos incêndios, mas apontar que as aldeias estão entre os vários locais onde os focos de incêndio têm início.

“A verdade não pode ser negada. Sim, há fogo. São dados estatísticos que eu tenho, o Inpe tem, todos têm. Os focos de incêndio começam em diversos locais, e eu não disse que são apenas em terras indígenas. Afirmei que temos muitas reservas e que alguns desses focos surgem dentro delas, se espalhando para fora, em situações muitas vezes difíceis de controlar”, afirmou o governador.

Mendes reiterou que sua fala não era uma acusação direta, mas uma observação baseada em dados: “Isso não é mentira. Falar a verdade merece castigo neste país? Não. Eu disse que há várias origens para esses focos: ações criminosas, irresponsabilidade e, em alguns casos, incêndios em reservas indígenas que se espalham para outros territórios e propriedades privadas. Tudo isso é verdade.”

A polêmica surge em meio a uma crise de incêndios no estado. Em junho, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que 85% dos incêndios que afetam o Pantanal, há quase 90 dias, ocorrem em terras privadas.

Nesta sexta-feira (27), brigadistas de Mato Grosso combateram 48 incêndios. O estado, que abriga os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal, enfrenta uma situação crítica, com o fogo atingindo também terras indígenas.

 

 

Da redação com informações do Olhar Direto