Juiz determina exame de insanidade mental para professor aposentado acusado de maus-tratos
O juiz da Comarca de Juína, Vagner Dupim Dias, determinou a realização de um exame de insanidade mental para o professor aposentado Francisco José Andreotti Prada, de 53 anos. Ele foi preso após a divulgação de um vídeo que mostrava seus quatro cães atacando um gato até a morte. Francisco, no entanto, obteve liberdade mediante o pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.
Defesa alega problemas de saúde
Durante a audiência de custódia, realizada na quinta-feira (13), Francisco afirmou que o felino já estava morto quando foi atacado pelos cães e que não conseguiu impedi-los devido a problemas de saúde. Ele relatou ser portador de diabetes, além de ter sido internado em 2019 por dificuldades de mobilidade e distúrbios neurológicos.
De acordo com seu depoimento, o professor saiu para correr com os animais quando o gato teria pulado sobre a cerca elétrica, recebendo a descarga fatal. Em seguida, os cães teriam avançado sobre o corpo do felino. A defesa argumentou que Francisco possui transtornos psiquiátricos, incluindo Transtorno Afetivo Bipolar, e faz uso de medicação controlada. Ele foi aposentado por invalidez devido a seu quadro clínico.
Histórico de transtornos psiquiátricos
Segundo laudo médico apresentado ao INSS, Francisco apresenta oscilações de humor, intensa irritabilidade e delírios persecutórios. O documento aponta ainda que, antes de sofrer um Trauma Crânio-Encefálico em 2019, que exigiu cirurgias para tratamento de um hematoma subdural e de uma infecção cirúrgica, ele já demonstrava sinais de transtornos psiquiátricos.
Um trecho do documento destaca crenças incomuns do professor, incluindo a convicção de que foi visitado por alienígenas na adolescência e teve um chip implantado em sua mente. Além disso, ele afirmaria possuir força sobre-humana e se considerar um profeta divino após um suposto contato com Deus.
Mudanças de comportamento
A esposa de Francisco relatou que seus sintomas se agravaram após o acidente de 2019, tornando-o agressivo e instável, com frequentes acessos de raiva que resultaram em demissões de vários empregos. Com base nessas informações, o magistrado determinou a realização do exame de insanidade mental para avaliar a capacidade psicológica do professor e seu entendimento dos atos cometidos.
