
Em operação há apenas 30 dias, o Disque Extorsão 181, canal criado pelo Governo de Mato Grosso para combater o crime organizado, já contabilizou 380 denúncias recebidas e foi peça-chave para deflagração de operações policiais no estado. A ferramenta integra o programa “Tolerância Zero às Facções Criminosas”, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT).
De acordo com o titular da Sesp, coronel César Roveri, mesmo com o curto tempo de funcionamento, as informações enviadas pela população já embasaram ações da Polícia Civil. Um exemplo é a Operação Falso Profeta, que mirou um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro contra distribuidoras de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande.
A ofensiva policial, deflagrada em 20 de março, cumpriu 30 ordens judiciais: sete mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias e sequestro de veículos. O prejuízo causado à facção alvo foi estimado em R$ 1,5 milhão, conforme dados da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
Do total de denúncias registradas, 345 foram realizadas por telefone e outras 35 por meio do sistema “E-Denúncia 24h”, disponível no site da Sesp-MT. O Disque Extorsão opera com sigilo garantido ao denunciante — os dados telefônicos são criptografados e o nome do colaborador não é exigido.
O canal de denúncias foi lançado em março, mas integra um pacote mais amplo anunciado em novembro de 2024, que incluiu a convocação de 400 novos servidores para a segurança pública, a criação de novas delegacias especializadas e a instalação do Comitê Integrado de Combate às Facções Criminosas, presidido pelo governador Mauro Mendes.
Segundo Roveri, o engajamento da sociedade é essencial para o sucesso do enfrentamento às facções. “Esse número expressivo de denúncias é uma resposta importante. Reforçamos que todas as informações recebidas são analisadas com seriedade e investigadas”, pontuou o secretário.
FONTE – RESUMO