Edualdo Moreira dos Santos permanece preso por encomendar o feminicídio da ex-mulher, a empresária Camila Brito da Silva, assassinada no dia 27 de novembro do ano passado, em Lucas do Rio Verde, distante 243 km de Cuiabá. Ele admitiu à polícia que foi o responsável pelo crime. O ministro Joel Ilan Parcionik negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do réu, em decisão proferida no último dia 19.
A defesa de Edualdo, preso por feminicídio consumado e homicídio qualificado tentado, solicitou a revogação da prisão preventiva e a substituição por medidas cautelares.
Os advogados de Edualdo sustentam que ele estaria sendo submetido a um “constrangimento ilegal”, uma vez que não há evidências de autoria delituosa. A defesa sustenta, ainda, que o cliente não tentou fugir do distrito de culpa. A defesa ainda sustenta que ele não tem condenação anterior, tem um emprego lícito e um endereço fixo.
O ministro rejeitou a tese de constrangimento e não reconheceu os elementos para conceder o requerimento requerido. Ao negar a liminar, disse que a pretensão será avaliada com mais cuidado quando do julgamento final.
A prisão e o crime
A Polícia Civil realizou a prisão de Edualdo, cerca de quatro dias após a morte de Camila. Ele foi abordado em um posto de Barra do Garças e, posteriormente, levado à delegacia, onde confessou o mando do feminicídio.
No dia 27 de novembro, Camila estava em casa com o seu então namorado, quando um homem suspeito a chamou na frente da residência alegando que tinha uma entrega para fazer. Ao abrir o portão, ela foi atingida por diversos tiros e não resistiu. O suspeito ainda atirou no namorado, que escapou dos tiros.
A Polícia Civil chegou à identificação do mandante, identificado como Edualdo, ex-marido da vítima. Ele havia enviado uma mensagem solicitando se a ex estaria em casa, mas, posteriormente, ela foi assassinada.
Após investigações, o veículo do suposto autor do crime, um Jeep Renegade preto, havia sido levado para a cidade de Brasnorte, onde uma equipe da Polícia Militar foi acionada.
No entanto, o veículo era conduzido por outra pessoa, que não teve participação no homicídio. O homem disse aos policiais que seu amigo Edualdo solicitou que ele trocasse de carro com ele e o levasse de Campo Novo dos Parecis para Brasnorte.
O ex-marido de Camila disse ao rapaz que havia feito “uma cagada, um trem que não era para ter acontecido” e que, posteriormente, explicaria o ocorrido.
Ao abordar Brasnorte, os policiais perceberam que havia mais uma pessoa no carro, o executor do crime, que conseguiu escapar. No veículo, foi encontrada uma pistola calibre 9 milímetros, a mesma utilizada no crime, com 26 munições intactas, além de um revólver calibre 4.5 e uma pistola de pressão.
