Ré por tortura e morte de aluno, Ledur recebe licença para tratamento de saúde

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Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto
ALMT TRANSPARENCIA

Olhar Direto

Sob imposição de diversas medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, a tenente Izadora Ledur, obteve uma licença para tratamento de saúde concedida pelo Comando Geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. A decisão foi publicada nesta quinta-feira (3), no Diário Oficial. Ela e outros cinco militares foram denunciados no final do mês de julho pelo crime de tortura, que resultou morte do aluno soldado Rodrigo Patrício Lima Claro, 21. Esta é a segunda vez que a acusada é afastada para tratamento médico.

Após denúncia do Ministério Público (MP), Izadora teve a prisão preventiva negada pela Justiça. Na ocasião os seis réus foram sofreram as seguintes medidas cautelares: comparecimento mensal em juízo, para informar residência e justificar suas atividades; distante de quaisquer locais relacionados ao Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, inclusive da Secretaria de Segurança Pública, para evitar o risco de novas infrações; proibição de manter contato com as testemunhas arroladas pelo Ministério Público sob qualquer hipótese; proibição de ausentar-se da Comarca sem autorização; suspensão do exercício de função pública de Tenente Bombeiro até o final da instrução processual; monitoração eletrônica. 
 
Rodrigo morreu no dia 10 de novembro de 2016, após treinamento de atividades aquáticas em ambiente natural do 16º Curso de Formação de Soldado Bombeiro do Estado de Mato Grosso realizado na Lagoa Trevisan em Cuiabá. O MPE destaca que apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.

Consta na denúncia que embora o problema tenha chamado a atenção de todos,  os responsáveis pelo treinamento não só ignoraram a situação como utilizaram-se de métodos totalmente reprováveis, tanto pela corporação militar, quanto pela sociedade civil, para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda.
 
Em um dos depoimentos foi relatado que em um determinado momento do treinamento a vítima estava com a cabeça baixa, reclamando de muita dor de cabeça, olhos vermelhos e vomitando água e que, mesmo assim, as atividades não foram interrompidas. O aluno chegou a se jogar no chão na posição fetal e com as pernas encolhidas por não conseguir ficar em pé. Nesse momento, a tenente teria humilhado-o perante todos.
 
“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso com diversas ofensas e xingamentos humilhantes à vítima menoscabando sua condição de aluno”, diz trecho da denúncia.

A defesa de Izadora informou apenas que a licença não tem nenhuma influência sobre os processos. 

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