Midia News
A prefeita de Chapada dos Guimarães, Thelma de Oliveira (PSDB), teria exigido e recebido R$ 1 milhão para liberar uma emenda parlamentar de R$ 10 milhões para o município, em 2010 ou 2011, época em que atuava como deputada federal.
A acusação foi feita pelo ex-governador Silval Barbosa, em sua delação premiada à Procuradoria Geral da República (PGR), homologada no dia 9 de agosto pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A emenda em questão foi destinada para construir o sistema de captação, tratamento e distribuição de água para Chapada.
O valor total da obra foi de R$ 13,9 milhões, sendo R$ 10 milhões oriundos da emenda de Thelma e o restante custeado pelo Governo do Estado, à época comandado por Silval.
“Me recordo que a deputada federal TheIma de Oliveira pediu R$ 1 milhão de reais pela liberação do recurso e que esse pagamento foi efetuado através de uma carta de crédito realizada na Secretaria de Estado de Fazenda”.
Conforme o peemedebista, com a liberação da emenda, foi aberta a licitação para a obra, “vencida pela empresa Nhambiquaras, pertencente à família do deputado estadual Eduardo Botelho (PSB)”.
Além de Eduardo Botelho, que não ocupava cargo público na ocasião e também foi citado por Silval na delação, também é sócio da Construtora Nhambiquaras o irmão do parlamentar, Rômulo Botelho.
Rômulo Botelho é apontado pelo ex-governador como um dos 10 operadores financeiros dos esquemas de corrupção que ocorreram em sua gestão.
Ele e outros nove membros, conforme Silval, “serviam como ponte entre os ilícitos e os benefícios, operando e fazendo girar o dinheiro do sistema, se beneficiando e / ou fazendo a distribuição entre os beneficiários, mediante o recebimento de altos juros para atuarem”.
Em trecho da delação, Silval disse que chegou a pegar dinheiro com Rômulo Botelho para pagar o “mensalinho” dos deputados.
“Cheguei a deixar com ele em garantia cheques particulares, em troca de dinheiro que era utilizado para pagamento dos deputados estaduais. Estive com ele aproximadamente três vezes, sendo que os valores giraram em tomo de R$ 300 mil”.
Veja fac-símile de trecho da delação:
Outro lado
A prefeita Thelma de Oliveira não atendeu ou retornou as ligações da reportagem. A assessoria dela se comprometeu a enviar uma nota na próxima terça-feira (29).