Midia News
Os funcionários dos Correios de Mato Grosso iniciaram uma greve por tempo indeterminado, nesta quarta-feira (20), em todo o Estado. Apenas 30% dos serviços estão funcionando na agências.
A decisão atende a um pedido da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
Além de Mato Grosso, a greve atinge outros 20 estados e o Distrito Federal.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais (Sintect) de Mato Grosso, Edmar Leite, entre os motivos da greve estão o fechamento de agências em todo o país, ameaça de demissão motivada com alegação da crise, ameaça de privatização, corte de investimentos, falta de concurso público, além de mudanças no plano de saúde e suspensão das férias para todos os trabalhadores, exceto para aqueles que já estão com férias vencidas.
A categoria também exige um reajuste de remuneração de 8% e R$ 300 de acréscimo linear aos salários.
“Não vamos retornar aos trabalhos até que a empresa e Governo Federal nos dêem uma posição sobre as reivindicações. O que eles querem é proporcionar um sucateamento, para fazer que a gente não tenha condições de atender bem a população, e assim crescer o senso comum de que a saída seria a privatização. Se houve privatização, quem perde não são só os trabalhadores, mas toda a população, pois não haverá agências em todos os municípios, nos bairros periféricos. Vão visar ao lucro”, disse.
Em Cuiabá, o sindicalista afirmou que os trabalhadores preparam uma manifestação, na Praça da República, em frente à agência central dos Correios, para a tarde de quinta-feira (21).
“Mesmo tendo salários mais baixo das empresas federais, um carteiro, por exemplo, tem salário-base de R$ 1,4 mil. Estamos brigando para não ter privatização, para ter concurso e, assim, atender bem a população”, completou Edmar Leite.
Crise na empresa
Os Correios anunciaram, em março, o fechamento de 250 agências, apenas em municípios com mais de 50 mil habitantes, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos.
Em abril, o presidente da empresa, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados já era estudada.
Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento, e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.
Em março, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que, se a empresa não promovesse o "equilíbrio rapidamente", caminharia para um processo de privatização.